|
Presidente do Rio+Pão, Fernanda Hipólito estima uma economia total em R$ 240 mil ao ano |
Dez panificadoras da cidade do Rio começaram a usar a energia solar produzida por meio da geração distribuída compartilhada em seus negócios, no fim de 2023. Além de uma previsão de economia total de R$ 240 mil ao ano para os associados que aderiram, conforme estimativa feita pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Município do Rio de Janeiro (Rio+Pão), a modalidade promove o uso da energia limpa e sustentável e ainda leva competitividade para as padarias de pequeno porte.
A escolha do melhor tipo de energia para as panificadoras começou a ser desenhada no ano passado, com apoio da Firjan. Foi criado um grupo de trabalho com representantes do sindicado, especialistas em energia, advogados e empresas de energia para estudar as melhores opções.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Por fim, foi concluído que a geração distribuída compartilhada era a melhor opção no momento e a que mais se adequava as possibilidades das panificadoras. Esse é o caso da padaria Flor da Tijuca, comandada por Fernanda Hipólito, que preside o Rio+Pão, que reúne as padarias do município do Rio.
“Foi um projeto muito interessante, envolvendo especialistas de diversas áreas, e chegamos a um resultado bastante satisfatório do ponto de vista econômico e ambiental, por estar vindo de uma energia renovável”, comemora Fernanda Hipólito. Segundo ela, conforme o porte do estabelecimento, os estudos projetam uma economia anual em torno de 20% nos custos do consumo de energia. “São recursos que o proprietário pode reinvestir na própria loja e aquisição de novos equipamentos”, acrescenta.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
A empresária explica que o uso de energia limpa pelas padarias foi viabilizado por meio da parceria com a empresa especializada Genial Solar, e que as empresas não precisam realizar nenhum investimento ou obra para contratar essa solução. Além disso, a modalidade de geração distribuída compartilhada pode ser estendida para condomínios ou residências dos associados. Fernanda conta ainda que mais 10 padarias cariocas vão aderir ao sistema ainda no primeiro trimestre.
Com a onda de calor, uso de energia solar cresce no Rio
As ondas de calor, que castigam a população nos últimos meses, geraram um consumo recorde de energia de mais de 100 mil MW em novembro último. Porém, o forte calor trouxe um alento para as empresas de usinas solares: segundo dados da NOS, compilados pela Firjan, a contribuição da energia fotovoltaica ao Sistema Interligado Nacional registrou uma participação superior a 10% na matriz energética, equiparando-se às usinas termelétricas. Em novembro de 2022, por exemplo, a energia solar representava apenas 2,9% da produção energética total do país.
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Levantamento produzido pela federação, com base em dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mostra que o estado do Rio mais que triplicou os investimentos em energia solar em apenas dois anos. “Os dados apontam que passamos de R$ 418 milhões em 2020 para R$ 1,3 bilhão em 2022”, destaca o gerente de Infraestrutura da Firjan, Isaque Ouverney. Ele acrescenta que a cidade do Rio é a sétima do Brasil onde mais se investiu nesse tipo de energia, à frente de São Paulo e de Belo Horizonte.
Além do pioneirismo do Rio+Pão, o projeto que envolve as padarias cariocas tem parceria com o Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Estado do Rio de Janeiro (Sindistal), responsável pela interlocução com as produtoras de energia fotovoltaica. O gerente da Firjan pontua que outros segmentos industriais podem usar a energia solar da mesma maneira que as panificadoras fluminenses.
“Uma indústria pode instalar os painéis fotovoltaicos ou contratar a energia solar de uma empresa especializada, como estão fazendo as padarias. Caso uma indústria queira usar energia gerada a partir de fontes renováveis, deverá realizar uma avaliação técnica e comercial do seu consumo energético para verificar a opção mais adequada e competitiva”, explica Ouverney.