Eleições 2012 consagraram Josias Quintal com 14.518 votos
A noite do último dia
07 de outubro entrou para a história política do município de Santo Antônio de
Pádua, no Noroeste Fluminense.
A disputa entre José
Renato Fonseca Padilha (PMDB), por sua reeleição, contra Josias Quintal (PSB) e
Mansur Neto (PP) pelo cargo de Chefe do Executivo Paduano, teve resultado
surpreendente para um grande número de eleitores.
Josias Quintal
conquistou nas urnas 14.518 votos, 56,85% dos votos válidos contra 10.645 de
José Renato, segundo colocado. Mansur Neto, filho de Michel Mansur, antigo
opositor dos Padilhas, por décadas, ficou na terceira posição com 376 votos.
A resposta do povo nas
urnas e a eleição de Josias Quintal é um fato histórico na política local do
município, até então, governada há 28 anos pela família Padilha.
A derrota de José
Renato Fonseca Padilha pode ser explicada por uma dezena de fatos e fatores,
que somados, foram suficientes para minar o poderio dos Padilhas.
Entre os fatos e
fatores que justificam esta indigerível derrota aponta-se o fato do atual
prefeito José Renato ter realizado em princípio, a manutenção do continuísmo de
servidores do primeiro escalão, considerados “dragões” dentro da máquina
administrativa, uma equipe desgastada que não era bem vista pela comunidade. A
escolha de assessores diretos, mal quistos, também foi responsável por atiçar a
ira de grande parte da população. Somado a isso e, apontado como um dos fatores
de maior peso está o fato do empresário não possuir um perfil de político do
povão. O apoio a uma minoria de vereadores desde o início de sua gestão, também
despertou ciúme e ira nos demais edis, este fato pesou bastante na reta final da
campanha do 15. Notadamente houve uma “vingança” por este abandono do prefeito
aos demais vereadores, que mesmo estando coligados com o 15, não se esforçaram
para pedir votos no momento de decisão.
Além desta lacuna
causada pela carência do povo por não ter um líder presente e carinhoso,
soma-se o desgaste natural que o tempo imprime a grandes áreas do
relacionamento coletivo humano. O caso de amor dos Padilhas com a comunidade
paduana ficou abalado diante dos fatos e fatores descritos acima.
Então, surge de forma
discreta e simples a figura de Josias Quintal, até então, respeitado e bem
sucedido em sua vida publica, tendo ocupado com destaque os cargos de Deputado
Federal e ex-secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.
Militar aposentado,
apostou em sua capacidade de trabalho e no amor pela cidade. Colocou sua equipe
na rua, com poucos gastos, mas com um plano de governo muito bem estruturado, e
então, Josias Quintal foi aos poucos conquistando o coração do eleitor, e
principalmente, contagiando a mente da comunidade para um novo tempo de
mudanças e novas perspectivas. Sua estratégia deu certo e aos poucos sua
campanha se agigantou por todos os bairros e, principalmente, nos distritos,
onde havia uma carência pertinente, por obras e investimentos.
A campanha de Josias
Quintal foi contagiante e contagiou milhares de pessoas. Estas vestiram a
camisa e deu a “cara a tapa” para o então grupo estabelecido, sem medos, sem
hipocrisia. O sentimento por mudança e uma nova forma de ver o gerenciamento do
município foi responsável por uma febre de 40 graus que culminou no último
domingo numa monstruosa vitoria sobre o grupo dominante.
Especialistas em
política e formadores de opinião admitem que a “coça” não foi maior porque do
lado de lá há um dos políticos mais respeitados e queridos de todos os tempos
no Estado e no município, Luis Fernando Padilha Leite, que segurou grande parte
dos votos alcançados.
A derrota de José
Renato Fonseca Padilha pode ser explicada por esta soma de fatos e fatores que
se sucederam ao longo de seus quatro anos de governo, mas tampouco, tira seu
mérito, destes 28 anos de comando do município, administrado outrora por
Frederico Padilha (dois mandatos incompletos), Renato Padilha, Nando Padilha
(três mandatos), José Renato mostrou-se o mais competente de todos eles, nunca
se fez tanto, em tão pouco tempo, em uma administração como a dele.
Dentre todos os Padilhas
governantes é, certamente, o mais eficiente deles.
Sua reeleição não foi
consumada pela soma de fatores negativos e algumas alianças erradas, mas, mais
importante que esta soma de fatores, é o desejo incontrolável da maioria da
população por mudança a qualquer custo ou sem custo, como foi esta. Havia na
cidade um clamor coletivo para que a comunidade pudesse sentir, respirar e
experimentar novos ares.
A derrota dos
Padilhas nesta eleição não pode ser vista de forma negativa, não mesmo, em
áreas prioritárias como a educação, o município é destaque nacional.
E é uma realidade,
eles administraram tantos anos a cidade porque foram merecedores, competentes, e
tampouco, havia um adversário com decência e capacidade para superá-los.
O trabalho contínuo
ao longo dos anos realizado pela família Padilha colocaram Santo Antônio de
Pádua como cidade destaque no interior fluminense.
Josias Quintal tem
agora a oportunidade de mostrar a população que não somente a água dos Padilhas
pode ser boa, mas que em cada quintal, nascerá uma mina, que jorrará dignidade,
prosperidade e progresso.
É nisso que acredita e
é isto que foi incutido na cabeça da maioria dos eleitores, principalmente os
mais jovens, notadamente grandes responsáveis pelos votos contrários a atual
administração. O sonho se torna realidade em 1º de janeiro com a posse de
Josias Quintal. Sua caminhada será árdua já que inicia seu mandato sem o
verídico apoio do governo estadual. As articulações deverão ser
obrigatoriamente um destaque a parte em sua administração para manter o ritmo
de crescimento experimentado até agora.
Aguardemos os novos tempos.
Sandro Olivier