E povo foi as ruas e mostrou a sua cara.
domingo, 17 de abril de 2016
Lula volta a Brasília e acompanha votação do impeachment com Dilma, no Alvorada
Michelle Cannes – Repórter da Agência Brasil
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou para Brasília no início da manhã de hoje (17), depois de uma ida rápida a São Paulo, no final da tarde de ontem (16), informou a assessoria do Instituto Lula.
De acordo com a assessoria, Lula foi direto para o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidenta Dilma Rousseff, de onde deve acompanhar a votação de admissibilidade do processo do impeachment. A votação está marcada para as 14 horas na Câmara dos Deputados.
Os parlamentares vão decidir na tarde deste domingo se aceitam a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidenta. A denúncia foi acatada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro do ano passado. As discussões sobre oimpeachment acontecem há mais de dois dias no plenário da Casa.
Cada um dos 513 deputados será chamado nominalmente para declarar seu voto ao parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que é favorável a abertura de um processo de impeachment. Para ser aprovado são necessários 342 votos favoráveis, ou dois terços da Casa. Caso a admissibilidade seja aprovada, o processo segue para o Senado Federal
Edição: Denise Griesinger
Votação do impeachment:
O deputado Paulo Maluf não quis declarar voto na entrada do plenário. Rasgou elogios a Lula, falou bem do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e definiu Dilma como uma "virgem Maria contratada para ser cozinheira em um ambiente pouco honesto". Disse que não existe razão jurídica para afastamento, mas o Brasil precisa de uma mudança.
O deputado Afonso Florence (PT-BA) fala e condena o impeachment. "Os indecisos estão caminhando para a democracia, porque não querem manchar sua credibilidade", disse ele. Deputados o apoiam e gritam "democracia, democracia".
Mais de 20 funkeiros se revezaram com representantes de movimentos sociais, artistas e magistrados no palco montado na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, em manifestação contra o impeachment. “É o funk contra o golpe”, disse Rômulo Costa, fundador da produtora de funk Furacão 2000 e idealizador do ato, acatado pela Frente Brasil Popular e pela Central Única dos Trabalhadores, regional Rio de Janeiro (CUT-RJ).
Um ato em defesa do governo da presidente Dilma Rousseff reúne milhares de pessoas neste domingo no centro da capital gaúcha. Organizada pela Frente Brasil Popular, a mobilização tem discursos de lideranças sindicais e sociais, apresentações musicais e também "coxinhaço" - a prática de assar e distribuir coxinhas de galinha se tornou comum em manifestações pró-governo em Porto Alegre.Os defensores da presidente Dilma estão concentrados na Praça da Matriz, que abriga as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário Rio Grande do Sul. Desde a última segunda-feira um grupo acampava no local para protestar contra o processo de impeachment, no chamado "Acampamento da Legalidade e Democracia".Hoje eles levantaram acampamento para abrir espaço e receber mais apoiadores
Manifestações contra e pró-impeachment levantam centenas de brasileiros às ruas de Paris. O maior das mobilizações aconteceu na Praça da República, onde grupos contrários à queda da presidente Dilma Rousseff se reuniram às margens de uma manifestação maior, realizada por franceses, a Nuit Debout.O protesto contra o impeachment foi realizado pelo Movimento Democrático 18 de Março (MD18), criado por brasileiros em vivem na França em referência ao aniversário da Comuna de Paris. A organização se posiciona como "contra o golpe de Estado de veludo", que atribui "à extrema direita" no Brasil
Diferente da votação do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo em 1992, todos os deputados federais terão de declarar seu voto por meio de um único microfone.O microfone foi instalado em uma tribuna erguida de frente para a mesa da presidência, na região central do plenário, onde normalmente há vários microfones ao lado das fileiras das cadeiras dos deputados. A tribuna e o microfone foram instalados a mando do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).Parlamentares contrários ao impeachment reclamaram do único microfone. No impeachment de Collor, os deputados declararam seus votos por meio dos vários microfones instalados na região central do plenário.
Com os manifestantes pró e contra impeachment ainda chegando à Esplanada dos Ministérios, o clima entre os dois lados começa a se acirrar. Por cima do muro montado para dividir os presentes, já começou a troca de farpas. O lado pró-impeachment usa megafones para os gritos de guerra contra o PT. Em seguida, os simpatizantes do governo iniciaram vaias e gritos de "Não vai ter golpe". De acordo com o último boletim da Polícia Federal, são 3 mil manifestantes do lado pelo impeachment e 600 do lado contra. Outros 6 mil manifestantes contrários estão concentrados a 6 quilômetros do Congresso Nacional, de onde começam a partir em marcha. Até agora, porém, não houve confronto entre os dois lados. O principal incidente registrado pelos policiais foi a apreensão às 6h de uma sacola com rojões em cima de uma árvore próxima ao Ministério da Ciência e Tecnologia, do lado "pró-impeachment" da Esplanada. Segundo a Polícia Militar, ninguém foi detido e não houve necessidade de isolar a área.
Arantes continua seu discurso. "Não vejo diferença entre os que se apropriam de dinheiro público praticando corrupção daquele que mascara a situação financeira do país como projeto de poder. O impeachment é instrumento legítimo e constitucional."
Jovair Arantes (PTB-RJ) diz que os deputados estão de parabéns "Tenho orgulho de fazer pate dessa casa", disse ele. Para o deputado, o parlamento sai mais fortalecido e reestabelece sua credibilidade, independentemente do resultado da votação.
Clima quente no Plenário. Faixa com a escrita "Fora Cunha" foi retirada de trás da mesa do presidente da Casa.
O relator do processo de impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-RJ), tem a palavra.
"Quem quer confusão, é quem não quer que vote," disse o presidente da Câmara Eduardo Cunha sobre conflitos dentro da Câmara.
A sessão foi aberta. O relator do processo falará por 25 minutos. Depois, cada líder terá entre 3 a 10 minutos para falar, dependendo do tamanho da bancada, e mais um minuto para "orientar" liderados. A votação deve começar às 16 horas e durar 4 horas e meia.
Imprensa internacional destaca processo de impeachment no Brasil
Jornais falam em 'teste de democracia' em suas reportagens.
Câmara vota hoje se abrirá ou não processo para saída da presidente.
A votação sobre a abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff segue em destaque na imprensa internacional. Jornais dos Estados Unidos, América Latina e Europa trazem em suas edições online reportagens sobre o assunto de maior interesse dos brasileiros, principalmente nas últimas semanas.
Em reportagem publicada neste domingo, o jornal americano "Wall Street Journal" explica o processo de afastamento. Para a publicação, a possível saída de Dilma cria um teste importante para a democracia no Brasil, "um país atormentado pela turbulência política e econômica".
O jornal francês "Le Figaro" também trata do rito do processo e chama este domingo, 17 de abril, de "dia crucial" para a "grave crise política vivida pelo Brasil nos últimos meses".
O Figaro diz que o sistema político brasileiro é marcado pela corrupção, pelos pequenos arranjos entre amigos e pelas alianças que estão a ponto de explodir. O jornal ainda afirma que o vice-presidente Michel Temer é considerado como uma caricatura de um velho político brasileiro e se apresenta como um homem de diálogo, pronto para trabalhar pela reconciliação dos brasileiros."
O argentino La Nación destaca também chama este domingo de "Dia D" e mostra um panorama sobre o clima de disputa entre brasileiros que apoiam e que rejeitam o impeachment e sobre os passos do processo de afastamento. Ainda relembra a saída do então presidente Fernanco Collor de Mello em 1992.
Cunha abre sessão da Câmara que votará processo de impeachment
Presidente da Câmara deu início à sessão às 14h deste domingo (17).
Previsão é de que a votação no plenário comece por volta das 16h.
Antes de ser autorizado o início da votação, o relator do processo na comissão especial do impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), terá direito a discursar por até 25 minutos para defender seu relatório que recomenda a abertura do processo de afastamento da presidente da República. A previsão da direção da Câmara é que a votação do impeachment tenha início por volta das 16h.
Os líderes partidários também poderão usar a palavra antes do início da votação. O tempo varia de 3 a 10 minutos, de acordo com o tamanho da bancada, além de mais um minuto para orientação do voto dos deputados da legenda.
Cada um dos 513 deputados será chamado ao microfone do plenário da Câmara para apresentar se é contra ou favorável ao impeachment. A previsão é de que cada parlamentar gaste, em média, 30 segundos para votar. A ordem de chamada será por estado, começando pelo Norte, mas intercalando com o Sul. Veja aqui a ordem de votação
São necessários, no mínimo, 342 votos "sim" para que o parecer do relator da comissão especial de impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), seja aprovado. Ele recomenda no documento a continuidade do processo de afastamento da petista.
Se aprovado, o processo vai para o Senado, que terá que decidir se acolhe a denúncia e julga a presidente por crime de responsabilidade. Caso não sejam alcançados os 342 votos, o processo é arquivado. Entenda como funciona todo o processo de impeachment
Os debates que antecederam a votação começaram às 8h55 de sexta-feira (15) e seguiram em sessão ininterrupta até as 3h42 deste domingo (17), contabilizando quase 43 horas de discursos. Foi a sessão mais longa da história da Câmara.
Na última etapa de debates, com os discursos individuais dos deputados contra e a favor do impeachment, havia ao todo 249 parlamentares inscritos para falar. Porém, somente 119 discursaram. Ao menos 60 já haviam anunciado que abriam mão do tempo de fala para acelerar o debate e permitir a votação nesta tarde.
Tumulto no plenário
A sessão para votação na Câmara do processo de impeachment da presidente começou com um tumulto, resultado de uma discussão entre o presidente da Câmara e deputados governistas que pressionavam para que oposicionistas saíssem detrás da mesa que dirige os trabalhos.
A sessão para votação na Câmara do processo de impeachment da presidente começou com um tumulto, resultado de uma discussão entre o presidente da Câmara e deputados governistas que pressionavam para que oposicionistas saíssem detrás da mesa que dirige os trabalhos.
Como Cunha não atendeu ao pedido, os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Orlando Silva (PCdoB-SP) subiram e ficaram diante da mesa, na frente de Cunha, em local onde os deputados não costumam permanecer durante as sessões. O presidente chegou a pedir a seguranças que retirassem os deputados. Paulo Teixeira foi abraçado por seguranças e levado para baixo.
Enquanto isso, deputados pró e contra impeachment trocaram empurrões. Deputados abriram uma faixa com a inscrição "Fora Cunha" atrás da Mesa Diretora. Eduardo Cunha pediu para que fosse retirada.
Cunha disse que a presença atrás da mesa era permitida, mas não com faixas. Cerca de 20 minutos depois de iniciada a confusão, quando o relator do processo, Jovair Arantes (PTB-GO), já fazia seu discurso, Cunha interrompeu e determinou que os deputados posicionados de pé atrás da mesa saíssem e permanecessem no local somente os membros da mesa.
Veja passo a passo como será a sessão deste domingo:
– Antes dos deputados votarem, terá a palavra por 25 minutos o relator Jovair Arantes.
– Os líderes partidários poderão usar a palavra. O tempo varia de 3 a 10 minutos, de acordo com o tamanho da bancada, além de mais um minuto para orientação do voto dos deputados da legenda.
– A votação é por chamada nominal. A ordem começará com deputados do Norte e será feita alternância entre parlamentares do Norte e do Sul. Dentro de cada estado, a ordem de chamada é alfabética.
– Cunha vai decidir na hora se sai da Presidência para votar na chamada dos deputados do Rio ou se votará por último.
– Cada um dos deputados é chamado ao microfone para anunciar seu voto. Eles se levantam, vão ao microfone e respondem "sim" (aprovação), "não" (rejeição) ou "abstenção".
– Cada deputado deve gastar, em média, 30 segundos para votar, contando deslocamentos e pequenos discursos. Não haverá encaminhamento de votação nem questões de ordem nesse período.
– Os votos serão registrados por quatro secretários posicionados na Mesa, próximos do presidente Eduardo Cunha. Um registra os votos "sim", outro os "não", o terceiro registra as abstenções, e o quarto, os deputados ausentes.
– Quando o deputado anunciar seu voto, o secretário do voto correspondente diz em voz alta o nome do deputado, o voto e quantos votos daquele já existem.
– Terminada a chamada dos 513, faz-se uma segunda chamada dos que estavam ausentes na primeira.
– Com 342 votos "sim" (2/3 dos 513 deputados), o parecer é aprovado e é autorizada instauração de processo de impeachment da presidente da República. Caberá ao Senado decidir se processa e julga a presidente.
– Se não alcançar 342 votos, o parecer pró-impeachment é arquivado.
"Frente Brasil Popular" e "Vem pra Rua" e "Brasil Livre" nas ruas do Brasil !
Domingo de protestos em todo o país: milhares vão às ruas pelo impeachment
Grupos a
favor e contra o impeachment farão da Praia de Copacabana, palco de
protestos hoje domingo (17). Para que as manifestações transcorram em
segurança, a Polícia Militar elaborou um esquema especial de policiamento e
definiu que os atos não poderão acontecer no mesmo horário, nem no mesmo trecho
da orla.
Então fica
definido assim:
Das 9h às
13h, a "Frente Brasil Popular", grupo contra o impeachment, vai
ocupar a orla entre o Posto 1 e o Posto 3.
Das 15h às
19h acontecerá a manifestação favorável ao impeachment, entre os postos 3 e 5.
Os movimentos "Vem pra Rua" e "Brasil Livre" vão instalar
pelo menos quatro telões para quem quiser acompanhar a votação, na altura das
ruas Sá Ferreira, Miguel Lemos, Constante Ramos e Figueiredo Magalhães.
Vestidos de
verde e amarelo, manifestantes prometem ir às ruas com bandeiras do Brasil e
usar adesivos de "Fora PT" e "Fora Dilma". Uma multidão
quer balançar o Brasil com suas
escolhas dos lados do sim e do não.
E você já decidiu o seu sim ou não?
Vá para ruas
e demonstre o que você quer para o futuro de sua nação.
"Frente Brasil Popular" e "Vem pra Rua" e "Brasil Livre" e de que lado você se encontra?
Marcia Mendes
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