O governo
do estado realizou, nesta quinta-feira (30/8), em Santo Antonio de Pádua-Rj da
Região Noroeste Fluminense, a primeira da série de cinco audiências públicas
que serão realizadas para debater com representantes locais os projetos de
controle de cheias nos rios Muriaé e Pomba. O encontro aconteceu no teatro , no
centro da cidade, com a presença do vice-governador e coordenador de
Infraestrutura do Estado, Luiz Fernando Pezão.
Ao final da apresentação dos projetos, feita pelo subsecretário de Projetos e
Intervenções Especiais da Secretaria do Ambiente. O auditório estava lotado de
moradores locais, produtores rurais, ambientalistas e representantes dos
poderes públicos. Depois de Santo
Antônio de Pádua, e até o fim do próximo mês em Itaperuna, Italva e Cardoso
Moreira, cidades que também sofrem com as enchentes periodicamente e que serão
objetos desses projetos, cujo tempo de recorrência é de 25 anos.
Mais de 200 mil pessoas serão beneficiadas diretamente com o controle do fluxo
de água dos dois rios em época de muita chuva. Por se situarem mais à foz do
Rio Paraíba do Sul, onde deságuam o Muriaé e o Pomba, Campos dos Goytacazes e
São João da Barra também se beneficiarão indiretamente com a implantação dos
sistemas de mitigação de cheias.
- Todas
as sugestões e questionamentos são bem-vindos. Vamos analisá-los com carinho,
mas uma coisa está decidida: não vamos perder esta oportunidade. Com muita
dificuldade, conseguimos os recursos necessários, tanto nossos quanto do
governo federal, e vamos tirar esses projetos do papel para acabar de vez com
as enchentes que causam tantos danos e sofrimento. Estamos cansados de vir aqui
todos os anos para trazer donativos para pessoas que perderam tudo. É como
enxugar gelo – enfatizou Pezão.
O edital de licitação das obras, orçadas em R$ 602 milhões, será lançado tão
logo se encerrem as audiências públicas. Os recursos virão do empréstimo
concedido pelo Banco do Banco ao governo do estado, alem do Tesouro estadual. A
previsão e de que as obras comecem no fim deste ano e sejam concluídas em dois
anos.
Os projetos, segundo Pezão, serão integrados a outras iniciativas ambientais e
produtivas, como um programa de reflorestamento das margens dos rios e de
incentivos para o fortalecimento da piscicultura, uma das principais fontes de
alimentação da população mais pobre da região e uma das preocupações levantadas
na audiência, assim como projetos de irrigação para a agricultura. Os peixes
serão criados nos reservatórios que integram os projetos dos extravasores, uma
das intervenções previstas. A instalação de unidades de processamento da
produção pesqueira também será impulsionada.
As obras devem começar no fim do ano e vão durar doze meses, pelos cálculos da
Secretaria do Ambiente. Elas compreendem a instalação de um sistema de eclusas,
que deterão o excesso de água do rio e o desviarão para um reservatório
próximo. Quando este encher, o excesso será conduzido por um canal e despejado
novamente no rio,alguns quilômetros abaixo da cidade. A outra obra prevista
para começar na mesma data será na cidade de Santo Antônio de Pádua, banhada
pelo Rio Pomba.
O sistema de controle de cheias nesta cidade será diferente, com a aplicação de
um conjunto de obras de drenagem, derrocamento de rochas e construção de diques
de gabião e de aterro nas margens. Os planos foram alterados depois de novos
estudos técnicos e geológicos. Em vez de cinco extravasores e uma barragem,
serão apenas dois extravasores, um em Laje do Muriaé e outro em Itaperuna, e
três sistemas de rebaixamento da calha dos rios em Pádua, Italva e Cardoso
Moreira .