“Temos
que manter o que é nativo de nossa região, pois aqui existem plantas e animais
que não existem em nenhum outro lugar”, escreveu Pedro Henrique da Silva, aluno
do 9º ano da Escola Municipal Águas Claras, em Itaperuna. Ele foi um
dos 300 alunos que participaram das atividades de educação socioambiental
realizadas pelo Rio Rural no Centro de Referência Agroambiental do
Noroeste Fluminense (CRAA), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação
(Semed) e a Emater-Rio.
Iniciado
em agosto, o projeto educacional encerrou seu primeiro ciclo no último dia 4,
quando professores expuseram os trabalhos feitos pelos estudantes com base nas
palestras e visitas ao CRAA. Histórias em quadrinhos, maquetes, redações e
frases foram usados, com muita criatividade, para expressar o aprendizado
proporcionado pelo projeto.
“Este
trabalho foi o ponto alto do ano letivo. Trouxe uma imagem concreta das
mudanças que podem ser promovidas no ambiente, na realidade dos alunos, nos
lugares que eles passam diariamente”, afirmou Josilene Campanadi, professora da
Águas Claras. Ela apresentou um livreto de frases e duas maquetes de papel
criada pelos estudantes.
Sob
coordenação da professora Angela Souza Costa, duas turmas da E. M. Henriett
Amado agiram como disseminadores e criaram histórias em quadrinhos, com
linguagem simples, para ensinar aos demais alunos a importância da preservação
ambiental. Utilizando materiais reciclados, como caixas de papelão de diversos
tamanhos, as histórias foram criadas em móbiles e o trabalho ficou exposto na
biblioteca da escola.
Já
os alunos da E. M. José de Paula Nogueira fizeram redações sobre
sustentabilidade, supervisionados pela professora Sandra Costa. Eles
descreveram os problemas que a humanidade enfrentará no futuro se não preservar
as nascentes de água. Coordenadora de Ciências da Semed de Itaperuna, Solange
Bussade agradeceu a parceria. “Apresentamos um modo novo de trabalhar a
educação. Apuramos o olhar destes jovens para o mundo em que vivem”, esclareceu
Solange.
Carlos
Marconi, coordenador do CRAA, ressaltou a importância da união de todos os
parceiros envolvidos. “Foi um trabalho conjunto, uma experiência muito
proveitosa que servirá de base para darmos sequência à parceria, no próximo ano
letivo. Vamos aprimorar e expandir as atividades, buscando envolver a
comunidade no processo de mudança de comportamento que queremos promover”.
Valão da Cehab foi
tema de pesquisa
Na
E. M. Francisco Ligiéro, a turma 902 realizou uma pesquisa sobre o
Valão da Cehab (Córrego do Cedro), com 100 moradores do bairro,
que apontaram os principais problemas ambientais do bairro, como enchentes
e mau cheiro. Desenvolvido em parceria com a mineradora Ferrous, o projeto teve
apoio do CRAA, através de palestra e visita à nascente que dá origem ao
córrego, tendo como objetivo buscar possíveis soluções para melhoria da
qualidade da água.
De
acordo com o levantamento, as enchentes preocupam 73% dos entrevistados,
enquanto 27% têm problemas com o mau cheiro do córrego. Os prejuízos causados
pelas enchentes faz com que 83% dos moradores queiram se mudar do bairro, mas
este é o mesmo percentual dos que acreditam na solução do problema pelo Poder
Público. Todo o trabalho foi documentado e os resultados foram divulgados na
escola, no dia 26 de novembro.
Descarte de
baterias de celulares
Outro
projeto apoiado pelo CRAA foi o trabalho de conclusão de curso (TCC) de um
grupo de alunos do curso técnico em Meio Ambiente do C. E. Chequer Jorge. A
estudante Roberta Pinheiro e outros cinco colegas propuseram a criação de
ecopontos, para recolhimento correto de baterias de celular. Batizado de
Batereco, o projeto aponta os problemas causados pelo descarte inadequado das
baterias e cria os postos de coleta, além de buscar parcerias com o
poder público e com as empresas de telefonia celular em ações de
sensibilização.
“O
apoio dos técnicos da Emater-Rio foi essencial, nos deu força, expandiu os
horizontes”, disse Roberta. O trabalho terá continuidade no próximo ano, quando
os alunos irão à Câmara Municipal, pedir apoio aos vereadores para que a ideia
saia do papel e se torne realidade em Itaperuna.
Legendas das fotos:
01 - A
professora Josilene Campanadi leu as frases e mostrou as maquetes de papel
feita pelos alunos. (Foto: Kellen Leal)
02 - Ângela
Costa (esquerda) mostra os móbiles feitos com material reciclável: histórias em
quadrinhos para ensinar outros alunos.
03 - A
professora Sandra Cristina Costa leu a redação dos alunos: preocupação com a
qualidade da água.
04 - Roberta
Pinheiro e o projeto para recolhimento de baterias: encaminhamento à câmara de
vereadores no próximo ano.
05 - Marconi
com alunos, professores e representante da Ferrous na solenidade de
apresentação do projeto Valão da Cehab
06 - Alunos
do Chequer Jorge durante apresentação do projeto de ecoponto para recolhimento
de baterias de celular
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