Na antiguidade, antes da existência dos hospitais, as pessoas que adoeciam eram com frequência cuidadas em suas casas. Em Trajano de Moraes, esse tipo de ação ganhou força e incentivos por conta do Covid-19. Desde o surgimento da pandemia a Secretaria Municipal de Saúde tem levado médicos e profissionais da área em suas residências. O secretário da pasta, Lucas Esteves, acredita que esse tipo de serviço seja essencial para a boa funcionalidade da saúde pública. Atualmente Renata Paula é a coordenadora de Saúde Mental no município.
“O pedido ou a indicação para o atendimento psicológico domiciliar pode ser feito pelo paciente, familiares ou outros profissionais de saúde. A partir dele, o psicólogo realiza uma avaliação, identificando as necessidades do atendimento e as demandas para o acompanhamento. Em continuidade, faz o planejamento das intervenções. As ações acontecem desta forma neste período por conta da pandemia Covid-19”, explicou.
Os atendimentos psicológicos ocorrem em dias e horários previamente agendados. O profissional se desloca até o domicílio do paciente, podendo também atendê-lo em outros locais de moradia ou permanência, como em residenciais geriátricos. “Neste espaço, é importante que o paciente, familiares e demais pessoas presentes no ambiente ofereçam privacidade e sigilo. Este é o maior cuidado ético a ser observado nesta modalidade de atendimento psicológico”, destaca Renata Paula.
Em muitas situações, os pacientes atendidos no domicílio são idosos ou enfrentam limitações no seu estado de saúde. Por isso, é importante que a consulta seja realizada em um espaço de conforto. Além disso, também é importante estabelecer horários convenientes ao profissional e ao cliente.
“Da parte do psicólogo, é muito importante considerar que irá entrar em contato com informações que o paciente, por vezes, não escolheu revelar sobre sua casa, sua família, dinâmica de relações. Por outro lado, a visita ao ambiente pode contribuir para a compreensão do caso. Além disso, pode colaborar também para possíveis orientações ao grupo familiar”, explica.
Já o paciente e a família, por vezes, podem não saber exatamente como receber o psicólogo, por não estarem habituados a ter esse profissional no espaço de sua casa. “Porém, esta relação será construída, com base na confiança mútua e em acordos que deixem confortáveis todos os envolvidos. Desse modo, o vínculo e as técnicas utilizadas pelo psicólogo são mais importantes do que o lugar em que o atendimento é realizado. Porém, é fundamental que os atendimentos sigam e respeitem o preconizado pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo”, concluiu Renata Paula.
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