O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) lançou, na última semana, o Programa de Apoio ao Setor Sucroalcooleiro (BNDES PASS). O financiamento ao capital de giro vinculado à estocagem do etanol é mais uma medida para combater os efeitos que a pandemia do novo coronavírus provoca na economia brasileira. Reivindicação das usinas, a ação tem como objetivo atender à necessidade de liquidez das empresas, para evitar impactos ainda maiores decorrentes da crise. Medidas importantes para o Estado do Rio, já que o setor gera milhares de empregos diretos e indiretos.
A linha de crédito é de R$ 3 bilhões e pode ser contratada por meio de um consórcio de bancos, liderado pelo Banco do Brasil. O BNDES disponibilizará R$ 1,5 bilhão. A outra metade ficará a cargo das demais instituições financeiras. Há, ainda, a possibilidade de os demais bancos oferecerem financiamento por conta própria, além dos R$ 3 bilhões.
Vale destacar que o BNDES confirmou incentivo à preservação dos empregos, com custos mais baixos às empresas que mantiverem ou aumentarem os postos de trabalho pelos próximos 12 meses.
– Esta é uma iniciativa importante, que reivindicamos junto ao Ministério da Economia durante encontro da Frente Parlamentar para a Agropecuária, da qual faço parte. É uma ação fundamental no apoio à sobrevivência dos produtores de cana, que, no Estado do Rio, são 85% de pequenos proprietários A estimativa é de que a região Norte Fluminense conte com 20 mil pessoas envolvidas no setor sucroalcooleiro. São pequenos produtores, empregados diretos e terceirizados. O setor é importante para a nossa economia e para a sobrevivência de milhares de famílias – afirma Christino Áureo.
O tombo no preço internacional do petróleo nos últimos meses deixou o etanol menos competitivo frente à gasolina, intensificando o efeito da crise do coronavírus na demanda pelo biocombustível. Em maio, as vendas do etanol hidratado produzido pelas usinas do Centro-Sul registraram queda de 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), houve recuo de 20% no consumo acumulado de etanol, até 8 de junho, ante a igual período de 2019. A redução é grande quando, especialmente se for comparada à gasolina comum (-0,5%) e ao diesel (-3,9%).
Obtenção do crédito
Para conseguir a linha de crédito, a empresa precisa ter faturamento mínimo de R$ 300 milhões ao ano. O valor máximo individual do empréstimo será de R$ 200 milhões. O mínimo será de R$ 10 milhões. A operação tem prazo de dois, com até seis meses de carência. A garantia será o estoque de etanol de cada usina.
Foto Geraldo Magela/Agencia Senado.
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