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terça-feira, 20 de julho de 2021

Estado do Rio ultrapassa marca de um milhão de casos de Covid-19

 


O estado do Rio ultrapassou nesta segunda-feira a triste marca de um milhão de pessoas infectadas pela Covid-19. De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela secretaria estadual de Saúde, desde o início da pandemia, 1.000.496 pessoas foram diagnosticadas com a doença e foram 57.585 mortos.

Foram confirmados mais sete óbitos e 590 casos da Covid-19 em todo o território fluminense nesta segunda-feira. A média móvel passa a ser de 2.555 casos e 105 mortes por dia. Em relação a duas semanas atrás, houve uma redução de 14% no número de óbitos, o que indica uma tendência de estabilidade na intensidade do contágio por estar acima da marca mínima estipulada de 15%.

Segundo dados compilados até este domingo pelo pesquisador Wesley Cota, da Universidade Federal de Viçosa, o Rio é o sétimo estado a ter mais de um milhão de pessoas confirmadas com o corona vírus. A posição, entretanto, não indica baixa contaminação, mas reflete o baixo número de pessoas testadas para a doença no estado. Além disso, o estado é o segundo com mais óbitos pelo corona vírus, o que leva o Rio a estar à frente do terrível ranking de letalidade pela doença no país com 5,76%, antes de São Paulo (3,42%) Amazonas (3,37%) e Pernambuco (3,1%).

Outro dado que mostra a baixa testagem da Covid-19 no estado é o de casos e mortes confirmados por 100 mil habitantes. Enquanto o Rio é o terceiro no ranking do número de mortes com 333,5 óbitos a cada 100 mil pessoas, o estado está em inverso em número de casos, ocupando apenas a penúltima posição à frente apenas do Maranhão.

Vacinação avança

Dados do consórcio de imprensa apontam que o Rio aplicou até este domingo quase 7 milhões de primeiras doses da vacina contra a Covid-19. Os números representam mais de 40% da população fluminense vacinada com ao menos uma dose. No ranking de pessoas que já completaram o ciclo de imunização, o Rio figura em quinto lugar, com 15,9% das população imunizada.

Preocupação com quarta onda de casos

A velocidade do crescimento no número de casos da variante Delta do corona vírus no Rio saltou aos olhos de Ana Tereza Vasconcelos, responsável pela maioria das análises de seqüenciamento genético do SARS-CoV-2 no estado. Pesquisadora do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), ela realiza levantamentos genômicos quinzenais a partir de amostras recolhidas aleatoriamente pela Secretaria estadual de Saúde (SES). Foi ela quem deu à pasta o alerta de que a cepa indiana tinha provocado, segundo a análise mais recente, outras 63 infecções, elevando o total de casos da variante no estado para 74. Os 11 casos restantes foram identificados por outros institutos.

— O que me chamou a atenção foi que os casos pularam de dois para 63 em duas semanas, numa amostra aleatória. Provavelmente teremos de esperar, acompanhar e tomar todas as precauções, porque a Delta realmente parece ser bem mais transmissível do que as outras — afirma Ana Tereza.

Por isso, a pesquisadora diz que o Rio pode estar às vésperas de uma quarta onda da Covid-19. Ela ressalta, contudo, que uma maior infecciosidade não necessariamente significa um maior potencial de evolução para casos graves:

— A tendência é termos um aumento grande do número de casos. Mas, por outro lado, essa variante, nos outros países, não aumentou tanto o número de internações. Os estudos ainda são muito preliminares. Na Inglaterra, ela chegou e aumentou bastante o número de casos. Mas a Inglaterra já estava com uma grande proporção da população vacinada, e o número de hospitalizações foi menor. São vários os fatores que a gente deve levar em conta.

Segundo a cientista, o Rio lidera o ranking de estados com mais casos confirmados da variante Delta. A marca pode ter a influência do número de análises genômicas realizadas em cada unidade da federação. O secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse, no início deste mês, que o Rio é o estado que realiza o maior número mensal de seqüenciamentos genéticos, cerca de 800. Desse total, a grande maioria é assinada por Vasconcelos e sua equipe, num estudo chamado Corona-Ômica.

Jornal Extra

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