Presidente volta a atacar Barroso e mostra vídeos que circularam por aplicativo e internet, já desmentidos pelo TSE
O presidente Jair Bolsonaro, durante transmissão em rede social
REPRODUÇÃO/TV BRASILO presidente Jair Bolsonaro não apresentou provas de fraudes eleitorais como havia prometido. Durante live em redes sociais nesta quinta-feira (29), que durou quase duas horas, ele voltou a criticar o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Luís Roberto Barroso, e mostrou vídeos que circularam por WhatsApp e pela internet como indícios de fraude eleitoral nas eleições de 2014 e de 2018.
As supostas fraudes, que já haviam sido desmentidas, foram rebatidas pelo TSE por meio do Twitter durante a transmissão. O presidente estava acompanhado de, segundo ele, um analista de inteligência convidado para participar da transmissão, que iria mostrar indícios de irregularidades. Seu nome é Eduardo Gomes, assessor da Casa Civil.
Em alguns vídeos, eleitores alegaram que votaram no número 17 e o candidato não aparecia na urna eletrônica. A suposta fraude já foi desmentida em diversas oportunidades. Em outro vídeo, um suposto desenvolvedor de sistemas identificado como Jeferson mostra uma possível alteração do código-fonte da urna. Para provar a fraude, o desenvolvedor faz os testes em um simulador, não na própria urna eletrônica.
Ferocidade
O presidente disse ser uma mentira afirmar que a implantação do sistema de voto impresso é um retrocesso. "Por que a ferocidade do presidente do TSE em não querer discutir, falar sobre uma contagem pública de votos?", disse Bolsonaro. "Onde quer chegar esse homem que preside o TSE? Quer a inquietação do povo, que movimentos surjam no futuro que não condizem com a democracia?", acrescentou.
O presidente acusou também o ministro de interferir no Legislativo. Bolsonaro tem defendido fortemente que seja aprovada a adoção do voto impresso para as urnas eletrônicas com o objetivo de, segundo ele, garantir que as eleições de 2022 não sejam fraudadas.
"O que eu quero é democracia. Tantos me acusam de ser ditador, tantos me acusam de ser violento. Não somos uma república de bananas, tem alguns bananas nela. Quem quer a instabilidade de uma nação poderosa como a nossa? Somos um país forte. Não podemos aceitar na mão grande, no poder da força de alguns, alguém assumir o timão desse país e levá-lo para o caos, como assistimos na América do Sul", disse aos gritos.
Por fim, Bolsonaro admitiu que não tem provas, apenas "indícios". "Não temos provas, deixar bem claro, mas indícios que, eleições para senadores e deputados, podem acontecer a mesma coisa. Por que não?", disse. "Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas, são indícios. Um crime se desvenda com vários indícios."
Apesar das afirmações do presidente, não há relatos de fraudes envolvendo as urnas eletrônicas e o TSE garante que o sistema é seguro e tem diversas formas de auditoria.
R7
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