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sexta-feira, 11 de maio de 2012

ESPECIALISTA APONTA DÉFICIT DE PROFISSIONAIS PARA O COMBATE AO CRACK‏



Psiquiatra especialista em tratamento de crianças e adolescentes usuários de drogas, Jairo Werner afirmou que o déficit de profissionais qualificados para lidar com esse problema é o principal entrave para o avanço de políticas na área. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (10/05) durante audiência pública conjunta das comissões de Saúde e de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Presidente da Comissão de Assuntos da Criança, a deputada Claise Maria Zito (PSD) declarou que será realizado um seminário para aprofundar a discussão. “O problema do crack envolve várias áreas como Saúde, Educação e Segurança; então, pretendemos fazer este seminário para poder ouvir os especialistas e avançar neste debate”, declarou a parlamentar.
Werner, que é professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde tem um projeto de atendimento a jovens usuários de drogas, acredita que são necessários mais especialistas sobre o tema. “Os estudantes das áreas médicas não aprendem nada sobre a questão, o que é um problema, pois eles não estão prontos para dar respostas sobre as drogas”, destacou. Na audiência, em que estiveram presentes também representantes da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) da capital e onde foi abordada a polêmica do acolhimento compulsório de crianças usuárias de crack, Werner defendeu um modelo intermediário: “O debate está entre o discurso permissivo, de que o usuário tem que querer o tratamento, e o recolhimento compulsório. Temos que seguir por uma terceira via, trabalhando para desenvolver nos jovens o desejo da recuperação”.
Diretor no Núcleo de Direitos Humanos da SMAS, Marco Antonio Cruzeiro defendeu o trabalho que vem sendo feito pela Prefeitura do Rio no acolhimento dos menores usuários de crack. “Temos ações de Educação, Saúde e Assistência Social em uma unidade que serve para resgatar um projeto de futuro, a dimensão do sonho para crianças e adolescentes que perderam totalmente seus vínculos”, defendeu. O desembargador Siro Darlan criticou esse modelo e afirmou que o município está descumprindo ordem judicial de criação de leitos hospitalares para usuários de drogas. “O remédio é implantar políticas para tratamento, programas sociais para responsabilização das famílias, equipar os conselhos tutelares, e isso o município não faz”, protestou.
Darlan completou: “Se algum dependente químico quiser se tratar e for procurar atendimento numa clínica pública, ele não vai encontrar vagas”. A deputada Janira Rocha (PSol), suplente da Comissão de Saúde, que é presidida pelo deputado Bruno Correia (PDT), ressaltou a importância da realização de um seminário. “Esse foi o inicio do debate. A nossa ideia é fazer um seminário onde possamos ouvir mais especialistas, familiares e os próprios usuários de drogas”, relatou. “O objetivo é que isso tudo resulte em ações que possam ajudar na formulação de políticas públicas efetivas que possam resgatar estas crianças e jovens vítimas do crack”, finalizou a parlamentar.
Na audiência, estavam presentes ainda o deputado Paulo Ramos (PDT); a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Barbara Lomba; e o diretor do Conselho Regional de Psicologia, Lindomar Daros, além de representantes da SMAS, do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública.
(texto de André Coelho)


Pedro Motta Lima
Diretoria de Comunicação Social da Alerj

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