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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Empregos offshore ! já venha !

Existe vida em alto-mar. E muita vida. São, em média, 180
profissionais, que embarcam por dia, entre brasileiros e estrangeiros,
homens e mulheres, que passam duas semanas por mês longe da terra
firme, distante dos amigos e parentes, em alguma das 130 plataformas
(86 fixas e 47 flutuantes) só da Petrobras em operação, espalhadas
pelos 151 mil quilômetros quadrados de área exploratória de petróleo
no Brasil. Na Bacia de Campos, são 40 unidades — entre plataformas e
navios adaptados — com aproximadamente 35 mil funcionários. De acordo
com o Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro
(Sindipetro), o aumento da procura por profissionais de nível técnico
pelas empresas que compõem a cadeia produtiva do setor de petróleo e
gás ampliou também a busca dos jovens pela qualificação. A decisão de
começar uma carreira na indústria petrolífera offshore, entretanto,
deve ser tomada com muito cuidado, devido aos riscos. Por outro lado,
trabalhar embarcado pode ser não apenas lucrativo, mas também
gratificante, tanto para homens quanto para mulheres.
Engenheiros, eletricistas, caldeireiros, mecânicos, profissionais de
hotelaria, professores de educação física, rádio-operadores,
mergulhadores e técnicos de diversas áreas são os profissionais que
mantêm o funcionamento das ilhas que buscam petróleo no fundo do mar.
Com o funcionamento automatizado, esses profissionais passam o dia
monitorando equipamentos pesados, guiando sondas por computadores,
analisando o que vem debaixo da água ou simplesmente cuidando de quem
está ali, desde a temperatura do ar condicionado da plataforma,
passando pelo aspecto físico e psíquico dos funcionários, até o que
será servido em uma das até oito refeições diárias.
Mas, para chegar ao alto-mar não é nada fácil, pelo menos na opinião
do técnico de automação Arthur Crespo, 26 anos, morador de São João da
Barra e há dois anos trabalhando embarcado. Ele informou que esse foi
seu primeiro emprego e a opção foi baseada no alto salário oferecido
pelas empresas multinacionais.
Para trabalhar numa empresa terceirizada ou multina-cional não é
necessário curso superior e sim técnico e foi a minha opção. Comecei
com um salário de R$ 1,5 mil e hoje consegui alcançar os R$ 6 mil.
Trabalhar embarcado tem seus prós e contras. Entre os prós está o bom
salário e entre os contras está o confinamento, com o qual a gente não
consegue se acostumar, mas isso faz parte da nossa opção — disse ele,
que na última quarta-feira esperava para embarcar no Heliporto do
Farol de São Thomé, para mais uma jornada de trabalho em alto mar.
A vida dos petroleiros não se resume a apenas trabalho, há tempo para
descanso — considerado fundamental devido à periculosidade da
atividade —, diversão, festas de confraternização, práticas esportivas
e religiosas. Na maior parte das plataformas da Petrobras há academia
de ginástica, quadra de futebol, sala de televisão, cinema, jogos e
música. Há também o contato com quem está no continente, garantido por
telefone ou internet. Os funcionários, em seus camarotes, têm a
liberdade para levar equipamentos de TV, DVD e lembranças para tentar
conter a saudade da vida que deixaram quando entraram no helicóptero
para a extensa jornada de trabalho.
-- 
João Dias (Joãozinho)

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