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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Chuva na Região Serrana é a maior tragédia da história do país
A chuva na Região Serrana do RJ, que provocou mortes e destruição, já é considerada a maior tragédia climática da história país.
De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades. O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens. Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área. A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra. O volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra pela frente.
O secretário de Defesa Civil de Teresópolis, Flávio Luiz Castro, afirmou que as regiões mais atingidas por desabamentos e deslizamentos não eram “áreas prioritárias de risco”. De acordo com o secretário, a prefeitura tem um plano que analisa regiões de risco, e afirmou que os bairros afetados não estavam nessa lista.
O número de mortes na região serrana do Rio de Janeiro já é maior do que a soma de todas as mortes provocadas pelas chuvas que atingiram o Brasil em 2010. A tragédia da região serrana também é considerada a maior tragédia natural da história brasileira.
A Defesa Civil da prefeitura de Petrópolis explica que “toda vez que chove muito nos municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, a água que desce da serra provoca o transbordamento do rio Santo Antônio, causando os alagamentos”.
O programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e o programa Morar Seguro, do governo do estado, vão oferecer cerca de 1,4 mil casas para as famílias desabrigadas pelas chuvas na região serrana.
Após as chuvas que assolaram o município de Nova Friburgo, foi registrado casos de leptospirose, de acordo com o boletim divulgado pela Divisão de Epidemiologia da Fundação Municipal de Saúde, também há 37 pessoas que apresentaram alguns dos sintomas da doença, mas ainda aguardam confirmação dos exames laboratoriais.
A prefeitura também informou que considera baixo o número de infectados diante dos estragos causados pelas chuvas na região.
A presidente Dilma Rousseff anunciou a construção de 6.000 casas para os desabrigados da região serrana do Rio de Janeiro. O anúncio aconteceu no Palácio da Guanabara e teve a participação do governador do Rio, Sérgio Cabral, que também anunciou, junto com construtoras, que vai entregar 2.000 casas às vítimas dos deslizamentos que atingiram a região.
Em janeiro de 2007, para a área de Vila Nova, MP-RJ determinou que a prefeitura removesse moradores, impedisse novas invasões e fizesse obras contra deslizamentos. O que não ocorreu. A administração de Friburgo foi intimada diversas vezes por não cumprir a decisão. No levantamento mais recente, concluído em novembro, Friburgo relacionava 35 áreas de risco na cidade, com cerca de seis mil moradores em cerca de duas mil moradias.
são 418 mortes em Nova Friburgo, 354 em Teresópolis, 71 em Petrópolis (todas, no distrito de Itaipava), 22 em Sumidouro; quatro em São José do Vale do Rio Preto e uma em Bom Jardim.
O número de desaparecidos, segundo o balanço divulgado na noite de segunda-feira (31) pelo Ministério Público estadual, é de 429 pessoas — no levantamento feito a partir do Programa de Identificação de Vítimas (PIV), coordenado pela promotoria e por meio do qual diariamente são consolidados e processados os dados que vêm das comunicações de desaparecimentos decorrentes das chuvas nos municípios da região serrana. As informações registradas por parentes e amigos são checadas com os dados de hospitais, IML (Instituto Médico Legal), abrigos, entre outros. Além disso, equipes de apoio vão a campo em busca de maiores dados que possibilitem as localizações.
Dos 429 desaparecidos, 224 são de Teresópolis, 109 de Nova Friburgo, 51 de Petrópolis, 41 de localidades não informadas, três de Sumidouro e um de Bom Jardim. A lista nominal pode ser consultada no site do MP do Rio (www.mp.rj.gov.br).
Já o número de desabrigados e desalojados em toda a região serrana, segundo a secretaria de Estado da Saúde e da Defesa Civil do Rio (Sesdec-RJ), pode passar de 30 mil pessoas.
Texto Márcia Menders
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