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quinta-feira, 11 de julho de 2024

Projeto da UFF desenvolve jogo didático que divulga cientistas do Brasil

 Nesta ultima segunda-feira (8), foi comemorado o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. Para incentivar a atividade científica e tornar conhecidos os pesquisadores do país, uma ferramenta produzida pelo Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências Naturais (“Encina”) da Universidade Federal Fluminense (UFF) busca dar visibilidade aos profissionais responsáveis pela produção acadêmica do país: trata-se do jogo didático “Tapa Esperto – Cientistas do Brasil”, que divulga os profissionais que fizeram e fazem Ciência no Brasil e reduz a visão estereotipada sobre os cientistas.

O “Encina”, coordenado pelo professor do Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra, Jean Carlos Miranda, desenvolve materiais didáticos como auxílio para o ensino de Ciências no Ensino Fundamental. Inspirado no tradicional jogo infantil ‘Tapa Certo’, o ‘Tapa Esperto’ teve regras adaptadas para um melhor funcionamento em sala de aula. O jogo foi desenvolvido no âmbito do projeto “A Ciência pede passagem: cientistas brasileiros/as, pesquisas transformadoras e contribuições para a sociedade”, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

O jogo didático foi exposto na feira de Ciências do Colégio Estadual Deodato Linhares (CEDL), em Miracema/RJ, e nas atividades da Agenda Acadêmica desenvolvidas no campus do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (Infes/UFF), em Santo Antônio de Pádua. O público desses dois eventos foi convidado a jogar uma partida e avaliar a experiência por meio de fichas com emojis de cinco tipos: Adorei, Gostei, Indiferente, Não Gostei e Detestei. 140 indivíduos participaram das atividades e o jogo foi aprovado por 96,5% dos participantes no CEDL e 100% no Infes/UFF.

Em fevereiro deste ano, o Tapa Esperto também foi apresentado na abertura do ano letivo em São Gonçalo, a convite do Centro Municipal de Referência em Formação Continuada Prefeito Hairson Monteiro dos Santos (CREFCON). Na ocasião, o coordenador do projeto promoveu uma oficina sobre jogos didáticos para o ensino de Ciências para professores da rede municipal de ensino de São Gonçalo, que puderam avaliar a iniciativa.

Para Jean Carlos, a divulgação científica ajuda a aproximar a academia da população. “A gente precisa se comunicar com quem está fora da universidade para mostrar o que fazemos e qual a relevância do nosso trabalho. Na história recente do Brasil, as universidades sofreram ataques, muitos deles baseados em fake news. Então, vejo a divulgação científica como uma oportunidade de mostrar para a população o que fazemos e qual a relevância da universidade na produção de conhecimento para a sociedade”.

Processo de criação do material

Um dos principais objetivos do jogo é desmistificar a visão estereotipada sobre os cientistas, por isso, durante a seleção dos personagens presentes nas cartas, foram escolhidos pesquisadores que representassem a diversidade de gênero, etnia, idade e condição física desses profissionais no Brasil.

“Quando temos essa diversidade de pessoas compondo o jogo, desenvolvendo seu trabalho de cientista, mostramos para o estudante da educação básica que ele pode ser um cientista, independentemente de ter origem indígena, ser uma pessoa preta ou parda, ser homem ou mulher, ou ser uma pessoa com alguma deficiência”, explica o docente da UFF.

Jean Carlos também ressaltou a importância de se desmistificar os estereótipos relacionados à figura do cientista “Nós fizemos questão de colocar pessoas de diferentes áreas do conhecimento, para desconstruir a ideia de que cientista é só quem está no laboratório, uma vez que toda pessoa que produz conhecimento científico é um cientista. Por isso, o Tapa Esperto foi desenvolvido com representantes de diferentes áreas do conhecimento”.

Futuro do projeto

Jean Carlos falou sobre ações futuras relacionadas ao jogo. “A ideia é que o jogo esteja disponível na UFF em Santo Antônio de Pádua e em Niterói. Também pretendemos produzir mais kits, para atender um maior número de escolas simultaneamente.

Além desses locais, o “Encina” deve expandir sua área de atuação para o município de São Gonçalo, em parceria com o CREFCON. “Já existem tratativas para que possamos dispor à cidade o nosso acervo de jogos didáticos, incluindo o Tapa Esperto. Dessa forma, pretendemos melhorar o acesso dos professores ao material  produzido e ampliar sua aplicação em sala de aula”, explica Miranda.

Como funciona o jogo

O kit é composto por quatro pegadores coloridos com uma ventosa em suas extremidades e 100 cartas, 50 contendo a foto de um(a) cientista e 50 incluindo informações sobre sua vida e  obra, além de uma frase dita por ele(a). O Tapa Esperto pode ser jogado por até quatro pessoas ou em equipe, com o professor mediando a atividade.

Equipe responsável pelo desenvolvimento do jogo “Tapa Esperto”, na Exposição “Cientistas do Brasil” que retrata os pesquisadores que compõem o jogo didático | Foto: Acervo do Encina

A dinâmica do jogo é a seguinte:


.1 – Cada jogador recebe um pegador e as cartas com as fotos dos cientistas são espalhadas com a imagem voltada para cima.


.2 – As cartas com as informações sobre os cientistas são embaralhadas e separadas em uma pilha, com a face contendo as informações voltada para baixo.


.3 – O mediador, no caso o professor, deve retirar uma carta da pilha e ler em voz alta as informações sobre o cientista, sem informar a identidade.


.4 – Os participantes devem procurar o cientista a que se refere a carta e pegar utilizando o pegador.


.5 – O primeiro que conseguir acertar o cientista deve guardar as cartas com a imagem e as informações.


.6 – O jogador que escolher o cientista errado deve devolver a carta à mesa.


.7 – O jogo segue esta dinâmica até todas as cartas acabarem, quem tiver mais fichas com fotos dos cientistas é o vencedor.


O jogo pode ser baixado clicando neste link.


Quem é o professor que coordena o projeto


Jean Carlos Miranda é professor adjunto do Departamento de Ciências Exatas, Biológicas e da Terra da Universidade Federal Fluminense. É docente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências da Natureza  (UFF) e líder do Grupo de Pesquisa em Ensino de Ciências Naturais (Encina).


Texto: Assessoria de Imprensa da UFF


















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