Clube mira terreno do antigo Gasômetro, na zona portuária, mas negociação é complexa
A Caixa Econômica Federal aguarda aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prosseguir com o projeto de construção do novo estádio do Flamengo. Segundo interlocutores do banco, a área de Ativos de Terceiros tem vários estudos encaminhados sobre o assunto, com alternativas à participação da Caixa no empreendimento. Qualquer que seja a solução, contudo, terá que passar por acordo com a prefeitura do Rio e o próprio time.
Uma das alternativas defendidas pelo Flamengo é construir o estádio no terreno do antigo Gasômetro, na zona portuária do Rio. A Caixa administra um fundo imobiliário que é proprietário daquele terreno, localizado no Porto Maravilha.
O banco começou a realizar os estudos em meados do ano passado e uma das primeiras conclusões foi de que a instituição não poderia doar o terreno, considerado valioso. A venda do ativo seria a melhor saída, mas teria um custo elevado para o Flamengo.
Porém, alternativas seriam estudadas, como alienação do terreno, participação do banco em ganhos com bilheteria, direitos de transmissão de jogos e venda de jogadores. A Prefeitura do Rio também poderia oferecer à Caixa algum tipo de compensação à cessão do terreno.
O assunto voltou à tona e a expectativa é que o projeto possa sair do papel, depois da solução costurada entre Governo Federal e o prefeito Eduardo Paes para reestruturação do Porto Maravilha. Paes é alinhado ao atual governo.
Segundo o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), que está acompanhando as discussões, a diretoria do Flamengo retomou o plano da construção do estádio próprio com força total, inclusive com a contratação de um CEO para tocar o projeto.
— Seria muito bom para o Flamengo ter seu próprio estádio — disse o deputado.
Além do estádio, em si, o plano prevê outras fontes de receita, com pequenos empreendimentos, como a Cidade do Flamengo, por exemplo. A obra envolveria a formação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE).
Atualmente, o Flamengo joga no Maracanã, que está em processo de licitação. Além disso, o estádio tem limitação de torcedores e custa caro ao time, disse o deputado Pedro Paulo. A cada jogo, o Flamengo gasta entre R$ 600 mil e R$ 800 mil, com várias taxas, como água e luz.
Mas, para isso, será preciso construir um acordo com o Governo Federal e todos os envolvidos. Também caberá ao Flamengo elaborar um projeto tenha viabilidade econômico-financeira.
Em nota, a Caixa disse que o assunto é tratado internamente de forma confidencial.
"A CAIXA esclarece que as informações referentes às tratativas negociais relacionadas aos ativos do FII Porto Maravilha, sejam eles ativos imobilizados ou títulos mobiliários como o CEPAC, são tratadas com confidencialidade.
"Desta forma, a CAIXA, como administradora do FII Porto Maravilha, não comenta sobre as negociações envolvendo o Fundo.
"O banco ressalta que trabalha em comum acordo com o Município do Rio de Janeiro (RJ) para a plena revitalização e desenvolvimento da região do Porto Maravilha."
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