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quinta-feira, 25 de maio de 2023

Governo estadual do Rio vai publicar nesta semana decreto que garante pagamento do piso do magistério


Diante disso, Estado pede fim da paralisação dos professores da rede pública, iniciada na semana passada

Apesar da polêmica em relação à não aplicação do piso a outras faixas salariais do Plano de Cargos e Carreiras da categoria, o Estado declarou que uma decisão judicial recente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) confirmou o entendimento de que o piso nacional está desvinculado do PCCS.

Portanto, segundo o governo, não caberia a correção das outras faixas salariais, o que poderia causar um impacto de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, que o Estado classifica com "dano irreversível".

A alegação do governo estadual é de que a aplicação do piso atende a uma reivindicação antiga da categoria, agora cumprida.

"O decreto beneficia todas as carreiras do magistério que hoje recebem menos do que o valor estipulado por lei", declarou.

Piso também para os inativos

O pagamento do piso nacional no Estado do Rio vai atender também os servidores inativos, esclareceu o governo. Os valores vão incidir sobre os vencimentos de maio e serão pagos em junho em folha suplementar.

"O governo entende e reconhece a legitimidade dos profissionais da educação em reivindicar melhores salários, contudo, desde agosto de 2021, já investiu quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério fluminense. Neste período, foram pagos valores referentes ao Fundeb — com dois abonos correspondentes ao 14º e 15º salários —, triênios, progressão de carreira, adicional de qualificação, cotas tecnológicas, auxílios alimentação e transporte, além de 20% de recomposição para todos os servidores", declarou o governo.

Professores: 'Governo disse que iria pagar em três ocasiões'

O Sindicato dos Professores do Estado do Rio (Sepe-RJ) repudiou, em nota, a posição do governo de implementar o piso apenas para quem ganha abaixo do mínimo da categoria. Em greve desde o último dia 17, a categoria decidiu por manter a paralisação na última terça-feira (dia 23). Uma nova assembleia está marcada para o dia 1º de junho.

"O governador, em pelo menos três ocasiões diferentes e recentes, disse que iria pagar o piso aos professores, não citando qualquer problema em relação à Justiça: na campanha eleitoral, ano passado; e em 2023, em duas publicações em redes sociais", afirmou a entidade.

O sindicato também explicou que, em primeira e segunda instâncias, a Justiça do Rio garantiu o piso nacional para todos os professores a partir do nível 1, "com incidência automática no curso do desenvolvimento da carreira, conforme prevê o plano de cargos e salários da categoria", como defende o sindicato.

"Atualmente, o processo aguarda o julgamento do recurso apresentado ao STF pelo Estado do Rio de Janeiro. A presidência do Tribunal Fluminense, antes de enviar o processo ao STF, decidiu que a causa só poderá ser executada depois da decisão final (trânsito em julgado). No entanto, diferente do alegado pela Seeduc, a presidência não se manifestou diretamente sobre o mérito do recurso, apenas, insistimos, determinou que a execução da ação deve aguardar o desfecho final dos debates travados no STF", defendeu o Sepe-RJ.

Ao GLOBO, a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto, afirmou que o decreto beneficiará 36 mil professores:

— Sabemos que ainda precisa avançar mais, inclusive quanto a implementação desses valores no plano de cargos e salários. Porém, estudos realizados pelo governo indicam que essa ação causaria um grande impacto orçamentário de R$ 6,3 bilhões que poderia gerar um risco de dano irreversível aos cofres públicos. Conforme decisão proferida esta semana pelo Tribunal de Justiça. Ainda assim, por determinação do governador Cláudio Castro, o governo do estado tem feito um grande esforço para garantir que, dentro das possibilidades administrativas essas correções possam acontecer.

Fonte: Jornal Extra


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