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terça-feira, 1 de novembro de 2022

O que explica o silêncio de Bolsonaro após o resultado da eleição



O insucesso no projeto de reeleição ainda está sendo assimilado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). após a proclamação do resultado da eleição pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele segue recluso no Palácio da Alvorada, sem perspectiva de um pronunciamento reconhecendo a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo interlocutores, Bolsonaro ainda define a melhor estratégia para o discurso e o tom a ser empregado.
O silêncio do presidente é atribuído por interlocutores a um misto de decepção e análise de cálculo político. A maioria de seus auxiliares mais próximos defende que ele reconheça o resultado da eleição, mas outros alertam para a melhor forma de fazer isso, principalmente após os protestos organizados por caminhoneiros em rodovias de vários estados do país.

A manifestação dos caminhoneiros é claramente política. Ao ponto de líderes da categoria afirmarem que uma condição para a desobstrução de trechos em rodovias é um pedido formal de Bolsonaro. Segundo interlocutores do governo, porém, os protestos não serão estimulados pelo presidente, que teme pelos impactos dos atos à economia.

Contudo, esses transportes e uma parcela da base ‘raiz’ do presidente relutam em aceitar o resultado das urnas e criticam posturas de aliados do governo que reconhecem a derrota, a exemplo das críticas e reações negativas aos posicionamentos feitos por integrantes que atuaram na campanha de Bolsonaro.

Inclusive, havia uma expectativa de que Bolsonaro fizesse um pronunciamento ainda no dia 31 de outubro, mas a Secretaria Especial de Comunicação Social (SECOM) desmentiu logo em seguida.

O senador Flávio Bolsonaro (PL_RJ), que exerceu a função de coordenador geral da campanha, se manifestou no dia 31 de outubro, e foi criticado pela militância nas redes sociais. “Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil”, escreveu ele.

Ainda na noite do dia 30, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi outro a se manifestar e a ser criticado. “Você resgatou o nosso orgulho de ser brasileiro. Obrigado, Jair”, comentou. O mesmo ocorreu com a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), após se posicionar nas mídias. “Perdemos uma eleição, mas não perdemos o amor pelo nosso país”, disse.

Cientes da rejeição do eleitorado, uma corrente política próxima ao presidente sugere que ele deve permanecer em silêncio no aguardo do relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. Mas, o discurso majoritário é de reconhecimento do resultado, reforçam interlocutores.

O clima no governo após a derrota nas urnas, segundo alguns interlocutores do governo, é “clima de velório” nos Palácios do Planalto e da Alvorada, onde Bolsonaro tem se reunido com poucos auxiliares. O presidente ficou abalado com a derrota e recebeu poucas pessoas.

Com as informações: Gazeta do Povo


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