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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Comissão da Câmara aprova projeto de anistia para PMs processados ou punidos pelo Massacre do Carandiru




Ao todo, 74 agentes de segurança envolvidos na operação foram condenados a penas de até 600 anos de prisão

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou no dia 02 de agosto de 2022,  projeto que anistia os policiais militares processados ou punidos pela atuação no Massacre do Carandiru. A proposta do deputado Capitão Augusto (PL-SP) concede anistia aos crimes previstos no Código Penal, nas leis penais especiais, no Código Penal Militar e nas infrações disciplinares conexas. Ao todo, 111 detentos morreram durante ação dos agentes no dia 2 de outubro de 1992.
A Polícia Militar de São Paulo entrou no Pavilhão 9 da Casa de Detenção do Carandiru para conter uma rebelião. A operação terminaria horas depois naquele que é considerado o mais grave massacre penitenciário da história do País. Ao todo, 74 policiais militares foram condenados em cinco diferentes júris, entre 2013 e 2014, a penas de até 600 anos de prisão. Apesar das condenações, os agentes nunca chegaram a ser presos. A Casa de Detenção foi demolida.
O projeto de anistia foi aprovado simbolicamente, o que não permite que parlamentares favoráveis sejam identificados. Somente o deputado Marcel Van Hatten (NOVO-RS) se absteve. Ele tentou convencer os demais integrantes da comissão a adiar a votação, mas o requerimento não foi aprovado. Depois, sugeriu que fosse melhor votar com o quórum completo da comissão, mas também não conseguiu apoio.
O relator do projeto de anistia, deputado Sargento Fahur (PSD-PR), ex-policial militar, justificou a anistia como forma de evitar "julgamentos políticos". Segundo ele, os policiais condenados estão "sofrendo perseguição política ideológica".
O texto agora será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa antes de seguir ao plenário.

O DIA


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