Na última semana, o Banco Central do Brasil (BC) lançou um desafio para avaliar casos de uso da moeda digital nacional, o LIFT Challenge Real Digital.
Com a iniciativa lançada, o BC afirma que, até 2023, os consumidores brasileiros já estarão testando a moeda digital de banco central (CBDC) do Brasil.
Conforme noticiado pela Folha de S.Paulo, inicialmente os testes serão limitados a alguns segmentos de clientes de instituições financeiras.
Segundo o BC, a expectativa é que os projetos desenvolvidos no laboratório sejam apresentados até julho de 2022. Nesse sentido, a autoridade monetária prevê que os testes sem interação com o público podem começar já no fim de 2022.
E, ao longo de 2023, será feita a inclusão gradual de alguns públicos específicos, incluindo consumidores e provedores de serviços financeiros.
A autoridade monetária explicou que a implementação das tecnologias desenvolvidas deve demorar. Isso porque esse processo precisa transcorrer no tempo adequado para reduzir os impactos da adaptação.
Sobre o LIFT Challenge Real Digital
O LIFT Challenge Real Digital será configurado como um ambiente colaborativo virtual. O ecossistema vai reunir um público de instituições de pagamento, bancos, fintechs e empresas de tecnologia.
O Laboratório é resultado de uma parceria entre o BC e a Federação Nacional de Associações dos Servidores do BC (Fenasbac).
Nesta edição, projetos voltados a solucionar entraves para a implementação do Real Digital serão priorizados. O BC busca, principalmente, soluções relacionadas à pagamento offline, câmbio e facilitação de liquidação de transações com ativos digitais.
As inscrições para o LIFT começam no dia 10 de janeiro de 2022 e vão até 11 de fevereiro. Os projetos selecionados serão apresentados em março do ano que vem. Em seguida, ocorrerá a fase de execução, que se estenderá até o mês de julho. Por fim, os testes serão iniciados.
“As ações exigem uma infraestrutura mais robusta, que integrantes do sistema financeiro já possuem. Mas qualquer projeto é bem-vindo”, disse Rodrigoh Henriques, especialista da Fenasbac à Folha.
Sobre o Real Digital
Conforme explicou Henriques, o real digital será, na prática, a representação digital da moeda física emitida pelo BC. Ou seja, será um ativo que fará parte da base monetária do país.
“A pessoa poderá ter especificado em sua conta o dinheiro eletrônico, que é esse que já temos hoje no banco, e a moeda digital. A diferença é que algumas transações só poderão ser viabilizadas por meio do dinheiro virtual, como o uso programado”, explicou.
Segundo o especialista, esse uso programado pode permitir que dado recurso seja destinado à uma aplicação específica, como para alimentação, por exemplo.
Além disso, o Real Digital pode facilitar transações complexas, a partir do uso de contratos inteligentes, tecnologia utilizada no mercado de criptomoedas.
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