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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Transplante pulmonar duplo salva doente de 31 anos no pós-covid

 


Homem teve pulmões destruídos, mas outros órgãos estavam saudáveis; fila por espera do órgão aumentou na pandemia.

Se um órgão do corpo não funciona nem se recupera com tratamentos convencionais, a ciência tem uma solução radical: a troca desse órgão. No Brasil, o procedimento de substituição dos pulmões é raro - foram 844 de 2011 até o 1.º trimestre deste ano. Na pandemia, o total de cirurgias teve queda de quase 40%. Elas já têm sido retomadas, mas só há centros ativos em quatro Estados. Agora, as operações também se tornaram uma esperança para pacientes que tiveram os pulmões prejudicados pela covid-19.

Conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), os centros ativos são o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Incor, o Hospital Albert Einstein, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, o Instituto Nacional de Cardiologia, do Rio, e o Messejana, de Fortaleza.

A lista de espera, segundo a ABTO, era de 233 pacientes em março. Eram 217 no mesmo mês do ano passado, no começo da proliferação da pandemia no País.

Henrique Batista do Nascimento, de 31 anos, teve os pulmões destruídos pela covid e ficou na espera por transplante bilateral (duplo) no Incor. Ele conseguiu receber os novos pulmões no último dia 21.

Em entrevista por videoconferência ao jornal O Estado de S. Paulo antes da operação, ele lembrou que foi infectado havia mais de quatro meses.

Já curado do vírus, Nascimento sobreviveu respirando com a ajuda do ECMO, máquina que oxigena seu sangue e que também foi usada pelo ator Paulo Gustavo, que morreu em maio de covid.

Uma traqueostomia impedia Nascimento de emitir o som da voz, mas a estudante de Psicologia Thaynan Gil, voluntária do programa de visitas do Incor, aprendeu a ler o movimento dos lábios dele para ajudar nos diálogos.

"O amor move tudo", relatou Nascimento.

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