A preocupação dos brasileiros com a pandemia diminuiu. É o
que mostra uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação,
Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS-UnB), em parceria com
o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD). Segundo o
estudo, dos 1009 entrevistados entre junho e julho, apenas 35% disseram estar
muito preocupados com a Covid-19; 34% responderam estar bastante preocupados;
26% afirmaram estar só um pouco preocupados e 5% falaram que não estão
preocupados. Em março, o número dos muito preocupados chegava a 52%.
O levantamento também apontou que 14% dos participantes
acreditam que não têm nenhum risco de ter Covid-19, contra 21% que acham que
têm um grande risco. Já 86% afirmaram que conhecem alguém que morreu pela
doença. “Não podemos diminuir os cuidados. A variante delta está circulando e
mostrando seu potencial de contaminação, o que tem feito vários países
retomarem medidas de restrições. Reforço que precisamos continuar com uso de
máscaras e álcool em gel, evitar aglomerações, entre outros", alerta Wladimir
Gramacho, coordenador do centro de pesquisa onde o estudo foi realizado. Pare
ele, a queda do nível de preocupação pode ter ocorrido pelo fato de a pandemia
estar mais controlada na maioria dos estados brasileiros, principalmente pelo
avanço da vacinação.
A pesquisa ainda aborda a questão da testagem de brasileiros
na pandemia. Entre junho e julho, 58% dos entrevistados disseram não ter tido a
Covid-19, mas nunca realizaram o exame; 20% afirmaram não ter tido a doença,
mas fizeram o teste; 3% tiveram a doença sem sintomas; 18% desenvolveram
Covid-19 e a trataram em casa; e 1% teve a doença e foi
hospitalizado. "Esses números só comprovam que o Brasil realmente
testou pouco. Isso preocupa bastante, já que a realização de exames é uma das
melhores estratégias para conter a transmissão da Covid-19, além claro, da
vacinação em massa e dos cuidados individuais da população, que não podem ser
flexibilizados", completa Wladimir Gramacho.
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