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Presidente culpa ministro do STF Luís Roberto Barroso de
"apavorar" parlamentares para não permitir mudança nas urnas
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (9)
que o voto impresso será derrotado na
Câmara.
O presidente foi questionado por repórter da
rádio Brado, de Salvador (BA), sobre a chance de a proposta passar no
Congresso e descartou qualquer chance de aprovação.
Antes de Bolsonaro responder, o ministro da Cidadania João Roma comentou
que Arthur Lira (presidente da Câmara) levaria a PEC (Proposta de Emenda à
Constituição) para ser votada no plenário. O presidente confirmou a informação.
"Vai, mas tivemos uma negociação antes, um acordo, e
vai ser derrotada a proposta", afirmou o chefe do executivo federal.
Na quinta-feira (5), a PEC foi
derrubada pelos deputados da comissão especial. Na sexta-feira
(6), no entanto, Arthur Lira anunciou que daria mais uma chance ao projeto,
enviando-o ao plenário da Câmara.
Bolsonaro culpa o presidente do TSE, Luís Roberto
Barroso, de "apavorar" os líderes de partidos para
derrubar a proposta de acoplar impressoras nas urnas eletrônicas.
“Tem de parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, deve
no Supremo. Então, o Barroso apavorou. Ele foi para dentro do Parlamento
praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso."
O presidente citou que em três outros momentos da história o
voto impresso foi aprovado pelos parlamentares.
Na entrevista à radio, Bolsonaro fez denúncias sobre
supostas fraudes nas eleições de 2018, sempre dizendo em seguida que não
poderia prová-las ou quer eram apenas suposições.
De acordo com o chefe do Executivo, o hacker que invadiu os
computadores do TSE em 2018 teria sido contratado por "pessoas com
dinheiro".
"inclusive, esse hacker trabalhou à vontade tanto no
primeiro quanto no segundo turno", disse, acrescentando não ter como
provar a denúncia.
"Quando as eleições [de 2018] acabaram, o grupo que o
contratou não pagou. E aí o hacker resolveu denunciar", comentou. Segundo
ele, a investigação da PF (Polícia Federal) não teve acesso a dados da eleição
porque "O TSE apagou os rastros, apagou as digitais da cena do
crime".
Hacker desviaria 12 milhões de votos
"O que se chega aqui, fica a suposição, não posso
afirmar também, é que tinham acertado que esse hacker desviaria 12 milhões de
votos meus. Retirar de mim, passar para outro e anular."
Pouco depois, ele disse que seus votos iriam para Fernando
Haddad (PT), candidato que o enfrentou no segundo turno do pleito de 2018.
"Não posso afirmar, não posso comprovar", acrescentou Bolsonaro.
Ele voltou a criticar o presidente do TSE. "Barroso é
um mentiroso, disse que é a volta do voto em papel, mas não é, é apenas a
impressão dos votos."
Também afirmou novamente que Barroso defende o aborto e se
posicionou favoravelmente em uma pauta que aumentaria a pedofilia.
"É desarmamentista, é trotskista. Ele é tudo o que não
interessa ao estado democrático", atacou Bolsonaro.
O presidente defendeu ainda a contagem
manual dos votos assim que forem fechadas as seções eleitorais,
proposta acrescentada no substitutivo da PEC do voto impresso derrotada na
comissão especial.
R7
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