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segunda-feira, 19 de julho de 2021

REDE DE MENTIRAS SOBRE A COVID-19

 

 

Bolsonaristas espalham dados falsos sobre a Covid-19 e confundem população sobre perigos da doença

 


Uma das frentes de investigação da CPI da Covid, a desinformação sobre a doença no país é marcada pela distribuição de mensagens falsas que simulam e falsificam a linguagem científica, fenômeno conhecido como “fake science” (ciência falsa, em inglês). O alerta é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) que identificou o uso da estratégia em ao menos 57 publicações feitas por 38 sites, a maioria bolsonarista, ao longo da pandemia. O GLOBO apurou que parte desses textos foi divulgada, inclusive, por parlamentares da base do governo.

Essas publicações, no formato de reportagens jornalísticas, se valem de estratégias variadas: garimpam estudos científicos reais e distorcem seu conteúdo, usam dados preliminares como se fossem definitivos ou citam informações não verdadeiras para promover remédios ineficazes contra a Covid-19, como a ivermectina e a cloroquina, lançar dúvidas sobre vacinas e minar medidas como o uso de máscara e o distanciamento social, em uma retórica semelhante à adotada pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Alguns dos principais sites responsáveis por esses conteúdos já são alvo do inquérito das fake News no Supremo Tribunal Federal (STF).
Coordenadora da pesquisa, que foi financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),  a professora  da UFRJ Rose Marie Santini destaca que na pandemia a ‘fake Science ‘ ganhou escala , velocidade e volume jamais vistos e que, no caso do Brasil. As mensagens falsas foram disseminadas e amplificadas por políticos e influenciadores, além de canais institucionais oficiais do governo.
- A dinâmica de disseminação da ‘fake science’ para embasar argumentos mentirosos sobre a pandemia. Portanto, tanto as notícias falsas sobre ciência como artigos científicos falsos passaram a ser massivamente compartilhados nas redes sociais. Isso demonstra que a indústria de falsificação de informação passou a afetar a ciência como vem afetando o jornalismo.
O site com mais conteúdos publicados, segundo o levantamento, é o Estudos Nacionais, com sete ao todo. A plataforma foi fundada pelos jornalista Cristian Derosa, que se apresenta como auno do curso do ideólogo de direita Olavo de Carvalho, e já foi alvo de campanhas de desmonetização do movimento Seleeping  Giantes  Brasil. Que alerta as empresas sobre anúncios em sites geram desinformação.


Fonte: Jornal Extra

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