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sábado, 25 de julho de 2020

Brasil enfrenta pandemias em várias velocidades e, em nenhum lugar, há quadro estável de contenção!

Não há um retrato único da pandemia do coronavírus no Brasil. Ela avança em diferentes velocidades entre as regiões de um país tão grande e diverso ― e os dados gerais pouco norteiam sobre a gravidade da situação.

 


                 Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que testou positivo para o novo coronavírus, ao lado do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que agora fará o teste.


 Há semanas, os dados brasileiros estão estacionados em um nível preocupante. A curva de novos óbitos aparece estabilizada, mas diariamente entram para os registros oficiais mais de 1.000 novas mortes pela covid-19. Para se ter uma ideia, é como registrar a cada dia um total de mortes que equivale ao número de passageiros de três aviões. É preciso olhar mais de perto os cenários heterogêneos entre as regiões para entender porque ―diferente de outros países, que apresentaram um pico de óbitos e depois uma descida na curva― o Brasil mantém esse platô tão elevado. Enquanto o vírus parece arrefecer em alguns Estados do Norte e do Nordeste (os primeiros a verem seus sistemas de saúde colapsarem com a epidemia, como por exemplo Ceará e Amazonas), ele ganha velocidade em Estados que foram mais poupados no início da crise. Os contágios agora crescem especialmente em parte do Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, como por exemplo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, num cenário em que a gestão do Ministério da Saúde, com comando interino desde maio, é criticada e há falta de medicamentos básicos para internação.

O que se tem hoje no Brasil é um sistema de várias epidemias, com surtos, ondas e variações muito diferentes entre regiões, Estados e mesmo municípios. Para demonstrar como a epidemia avança, o EL PAÍS analisou a média móvel de novos óbitos notificados diariamente pelos Estados, um recurso considerado mais adequado pelos especialistas consultados por este jornal para dar um retrato mais preciso sobre a intensidade da pandemia nesses locais. Usamos o monitoramento do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, que soma os resultados dos últimos sete dias e os divide por sete, um recurso para atenuar as diferenças de notificação de novas mortes, que costumam cair nos finais de semana, quando profissionais dos laboratórios e da digitação dos resultados atuam em regime de plantão.


Para conferir a situação do seu Estado, clique aqui.



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