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terça-feira, 5 de setembro de 2017

Rio de Janeiro produz apenas ¼ do leite que consome


Produzido pelo Sistema FIRJAN e Sindicato das Indústrias de Laticínios, estudo diz que produção tem potencial para multiplicar por quatro

A cadeia do leite tem potencial para aumentar em até quatro vezes a sua produção em todo estado do RJ. É o que mostra o Diagnóstico da Cadeia Agroindustrial de Lácteos fluminenses, estudo produzido pelo Sistema FIRJAN e o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado do Rio (SindLat-RJ),  que confirma o alto consumo do produto em todo o estado. Os resultados foram apresentados em Campos, essa semana, pelo presidente do SindLat-RJ, Antonio Carlos Celles Cordeiro.

Produzido pela MilkPoint Inteligência, a pedido do sindicato e da Federação, o diagnóstico avaliou os números da cadeia produtiva da última década e constatou o enorme espaço para crescer, baseado apenas no consumo de leite tanto pelo consumidor final quanto para os demais setores, que usam o produto como matéria-prima na produção de derivados.

Em todo o estado do Rio de Janeiro, na produção primária, são mais de 15 mil pequenos produtores de leite envolvendo, nas atividades dentro da fazenda, cerca de 45 mil pessoas. O setor produz, anualmente, 513 milhões de litros de leite processados em 102 fábricas em todo o estado, gerando um faturamento na compra de leite da ordem de R$ 670 milhões/ano. Estas indústrias empregam, diretamente, cerca de 2.800 pessoas. Estima-se que o setor fature, anualmente, cerca de R$ 2 bilhões, somados também às vendas de insumos para a produção de leite e à etapa de distribuição e vendas de derivados lácteos no varejo do estado. O Noroeste Fluminense responde por 29% da produção de leite do estado e o Norte Fluminense 18%, sendo a região onde a produção mais cresceu entre os anos de 2010 e 2015 ( 5,8%)

“A produção local supre apenas um quarto da demanda interna pelo produto. Mesmo que dobrássemos nossa produção de leite nos próximos dez anos, ainda teríamos que importar dos demais estados. A indústria fluminense, movimenta em torno de R$ 1,4 bilhão. Deste montante, de 50 a 60% vão direto para os produtores rurais distribuídos em todos os municípios do estado”, destaca Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente do SindLat-RJ.

Por diferentes fatores, como preços elevados dos principais insumos e baixa produtividade por vaca, a produção de leite no estado do RJ não segue a tendência observada em outros locais do país e não cresce na velocidade necessária para atender a demanda interna do estado por derivados lácteos.

Os baixos volumes produzidos localmente, o baixo crescimento da produção no estado e a grande demanda por derivados lácteos levam a um balanço negativo entre oferta e demanda de leite. O que indica que o Rio de Janeiro importa, por ano, volume maior do que toda a produção do Uruguai, país tradicionalmente exportador de leite e derivados. O estado tem uma grande capacidade instalada de processamento de leite e pouca matéria-prima local para processar, o que leva à mais do que 50% de capacidade ociosa de seu parque industrial.

De acordo com o diagnóstico, as soluções para aumentar a capacidade produtiva do RJ passam pelo desenvolvimento de um planejamento estratégico setorial, além da continuidade de incentivos fiscais. Em maio foi aprovado pela Alerj, as emendas do projeto de lei 2.726/17, que excluem do recolhimento de 10% do Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal (FEEF) as empresas do setor de leite e laticínios.  Esse foi um pleito apoiado pelo Sistema FIRJAN e que, no caso do setor de leite, faz do incentivo fiscal uma das principais medidas para aumentar a capacidade de produção no estado.

O sindicato e a FIRJAN defendem a elaboração de políticas públicas que tenha como meta inicial a redução das “importações de lácteos de outros estados” e elevar a produção interna para 50% do atual consumo. Segundo Antonio Carlos, se essa meta for alcançada, “mais do que duplicaremos o Valor Bruto da Produção (VBP) e, consequentemente, criamos um grande programa de geração de emprego e renda. Não há nenhuma outra atividade que possa gerar tanta riqueza distribuída por quase todos os municípios”, acrescenta.

O Estado do Rio tem, conforme o levantamento, como pontos fortes para o crescimento da cadeia láctea os baixos custos de distribuição, o grande mercado consumidor local e a renda per capita do consumidor final. No entanto, como pontos fracos, destacam-se o atual perfil do produtor, as condições de produção no campo, os custos dos principais insumos e os incentivos fiscais de outros estados, que reduzem, comparativamente, os incentivos fluminenses.

“Um dos principais problemas é a compra de leite fresco de outros estados e que são processados aqui, pois os impostos pagos para essa importação geram custos”, explica Antonio Carlos.

Para incentivar o fomento à produção local, o Sistema FIRJAN e o sindicato vão realizar um planejamento estratégico de longo prazo, contemplando ações setoriais coordenadas com os diversos agentes da cadeia produtiva: sindicatos, Emater, Embrapa, universidades e institutos de pesquisa, Secretaria de Agricultura do estado, entre outros. Os produtores e empresários do setor no Norte e Noroeste Fluminense também foram convidados a contribuir com o plano.  O objetivo é alavancar efetivamente os volumes de produção no estado, reduzir a dependência externa e melhorar a eficiência de aproveitamento da estrutura industrial fluminense.




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