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domingo, 7 de agosto de 2016

Sindicato de Jornalistas promove intensos debates sobre Jogos Olímpicos















Com a participação de mais de 100 pessoas, intensos debates, entre jornalistas, atletas, acadêmicos, professores e representantes da sociedade civil, foi realizado, no último 29/07, o Simpósio “Niterói pensando os Jogos Olímpicos”, no Solar do Jambeiro, no Ingá. No final, às 19h, foram homenageados atletas niteroienses olímpicos e paralímpicos. A ex- atleta Aida Santos foi a o grande destaque da noite.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Continentino Porto, ressaltou o alto nível dos palestrantes e suas críticas propostas sobre o legado olímpico. “ O Sindicato cumpre este papel de provocar a reflexão sobre temas muito pouco colocado na grande mídia”, destacou.
“O ‘Simpósio Niterói Pensando os Jogos’ foi um sucesso e cumpriu seu papel ao levantar e discutir os desafios que temos pela frente, pós Olimpíadas do Rio”, destacou Mário Sousa, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do RJ.
A mesa da solenidade de abertura contou com a participação do Secretário de Esportes de Niterói e ex-atleta olímpico, Bruno Souza; do presidente do Sindicato dos Jornalistas do RJ, Continentino Porto; do diretor da Neltur, Liberato Pinto; e da jornalista Helena Tavares, assessora de imprensa da OAB Niterói.
A primeira mesa do Simpósio foi capitaneada pelo jornalista, advogado e cronista, Célio Junger; ao lado do ex-campeão olímpico de handebol e Secretário Municipal de Esporte, Bruno Souza. Célio fez uma brilhante apresentação sobre a origem e a história das Olimpíadas, falando também sobre as conquistas do Brasil nos jogos. Junger lembrou cada detalhe dos momentos de conflito olímpico, da politização desse grandeevento e da intervenção de Hitler.
Célio Junger provocou uma reflexão sobre a memória do Esporte e apontou para a necessidade do Sindicato organizar um Simpósio sobre a memória do esporte em Niterói, que sempre foi um celeiro de craques.
Já Bruno Souza palestrou sobre suas experiências enquanto ex-atleta, membro do comitê olímpico e gestor público na área de esportes.“Um evento como esse é uma grande oportunidade para mostrar o que já foi realizado, o quanto avançamos e como nossa cidade está inserida nos Jogos do Rio, seja com a participação de grandes atletas, muitos medalhistas, seja com o planejamento que foi e está sendo executado”, ressaltou Bruno.
Para Bruno, é um grande orgulho ser Secretário de Esportes em uma cidade com tantos atletas de ponta ecampeões olímpicos, como Niterói, que anunciou que Niterói será o primeiro município do país a ter a Vela nos Jogos Escolares.
A mesa seguinte, sobre “Marketing esportivo e a democratização da mídia”, contou com a participação do jornalista e editor do jornal “A Folha”, Astrogildo Milagres; do editor de Esportes do jornal O Fluminense, Daniel Alves; e da editora da Mídia Ninja, Raissa Galvão.
A rodada foi conduzida pelo jornalista Mário de Sousa, vice-presidente do Sindicado dos Jornalistas do RJ, que provocou o debate ao lembrar que apesar dos jogos serem transmitidos por mais de 150 canais de TV, além da presença de milhares de jornalistas estrangeiros, com imagem em cerca de 200 países, este universo de mídia na Olimpíada não reflete a realidade da comunicação no País. “A grande mídia é controlada por quatro grupos poderosos, que se apropriam de mais de 60% da verba publicitária pública. O Jornalismo fica comprometido pelos interesses do mercado e passam a ser apenas um reality show”, afirma Mário.
O jornalista Astrogildo Milagres, que já sofreu dezenas de processos e perseguições políticas por denunciar falcatruas administrativas no interior do Norte Fluminense, falou do controle midiático e do isolamento da imprensa e dos jornalistas no interior do Estado.
O jornalista Daniel Alves, editor de Esportes do Jornal O Fluminense, falou sobre este impacto de informações sobre os Jogos Olímpicos, da importância do Fluminense como um veículo centenário e comprometido com a boa informação, mas criticou o controle do marketing e d da informação”.
Palestrante do Simpósio, a Editora da Mídia Ninja, Raissa Galvão, ao falar sobre a democratização da comunicação, lembrou que a liberdade de imprensa não atinge a grande massa e muitas informações são censuradas ou parciais. “A Mídia Ninja nasceu neste contexto e com o objetivo de democratizar a informação. Procuramos mostrar o outro lado da notícia, do fato. Nas Olimpíadas vamos fazer uma cobertura paralela”, disse Raíssa.
Ao abrir a mesa sobre o tema “As barreiras e a invisibilidade social: racismo, preconceito, acessibilidade e discriminação da mulher, o jornalista Fernando Paulino comemorou o fato dos Jogos Olímpicos, pela primeira vez, estarem sendo realizados numa nação em que a população negra é maioria.
Já o sociólogo Marco Romão mostrou estatísticas de como a população negra no município de Niterói sumiu ao longo dos anos: “Em 1900, a população de Niterói era constituída 75% por negros. Hoje, os negros representam um pouco mais da metade. O que houve?”. Questionou Romão.
A mesa sobre “Doping e o uso de anabolizantes nas Olimpíadas” contou com palestras do médico e ex-craque de futebol, Afonsinho; da jornalista e doutora em Memória Social, Simone Gomes, que fez o papel de mediadora; e também do Doutor em Ciências Médicas e professor da UFF José Antônio Caldas.
Simone Gomes denunciou que o uso de anabolizantes nos esportes, nas academias de ginástica e na sociedade em geral, faz parte das corrupções nossos de cada dia. Muitos usam, mas poucos são pegos pelosa exames anti-dopping. Quando alguém é pego pelo uso e anabolizantes nos esportes, os dedos apontam para acusar o usuário. “Mas onde está nossa parcela de contribuição ao aplaudir o corpo esculpido pelos anabolizantes? Qual a nossa parcela ao aplaudir os atletas que superam limites, muito além de suas capacidades, através do uso dessas substâncias?”, questiona Simone.
Será que é possível alcançarmos este espírito olímpico de superação sem uso de anabolizantes ou estamos sendo olímpicos na capacidade de superar os limites dos exames anti-dopping?, apontando para uma reflexão sobre este tema, destacou Simone.
O médico José Antônio apresentou um minucioso trabalho sobre as várias substâncias que são proibidas nos esportes mas acabam sendo são usadas pelos atletas e sobre os artifícios muitas vezes preparados para tentar mascarar o dopping.
Ao participar da mesa sobre “Os impactos socioambientais dos grandes eventos”, a jornalista e ambientalista Dulce Tupy, enalteceu a realização dos Jogos do Rio 2016, mas lamentou a oportunidade desperdiçada de despoluir a baía de Guanabara.“Perdemos a chance de despoluir nossa linda e importante Baia de Guanabara, parte da história grandiosa do Rio de Janeiro”, disse a ambientalista.
A mesa com o tema “O legado pós olímpico: novos sonhos ou pesadelo” provocou um intenso debate entre os João Baptista Abreu, Osvaldo Maneschy e Áydano André Motta, tendo conduzido a mesa o jornalista Pinheiro Junior. O jornalista e ex-comentarista do canal SporTV, Áydano André Motta, destacou o poder transformador do esporte. “No Brasil morrem cerca de 60 mil pessoas assassinadas, por ano, a maioria jovens negros. Essas vidas, tiradas precocemente, poderiam ser salvas através do esporte e da educação”, ressaltou.
Após as mesas de debates, os atletas olímpicos e paralímpicos foram homenageados. Da família Grael, receberam as comendas, Erick Schimit, Axel Schimit, Torbel Grael, Axel Grael e Lars Grael; Anderson Lopes, Armando Barcelos, Bruno Souza, Clinio Freitas ( representado pelo seu filho, Clinio Freitas), Fábio Bordignon, Isabel Swan, Robeto Miranda, Sandra Soldan, Vaderson Silva, Receberam, ainda o troféu , José Haddad, , presidente da Neltur, João Carvalho, primeiro presidente do Comitê Paralímpico e Bruno Souza, secretário municipal de Esportes. Numa sinuosidade que lembra o MAC e a tocha, o troféu foi criado pelo escultor Giovani Gargano.

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