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domingo, 21 de fevereiro de 2016

Todos sabem o caminho do perigo. Menos os policiais,não prendem porque será?


A morte a facadas da argentina Laura Pâmela Viana, de 25 anos, no trecho da praia em frente ao Copacabana Palace, voltou a chamar a atenção do mundo para a violência do bairro mais internacional do país. A tragédia que se abateu sobre a família da jovem turista ronda o cotidiano de Copacabana. Ali, todos sabem quem são os bandidos, onde e como atuam e para onde correm, todos os dias. Só a polícia parece desconhecer essa rotina.
Para ajudar o 19º BPM (Copacabana) a cumprir suas obrigações, O DIA ouviu moradores e comerciantes da área mais perigosa do bairro, entre a Avenida Princesa Isabel e o Posto 4. Neste verão, os roubos a pedestres explodiram na região: saltaram de 84, em outubro de 2015, para 129 em dezembro.
Embora o modo de atuação dos bandidos seja de conhecimento comum, a falta de policiamento é a reclamação constante. A Rua Prado Junior, que concentra a prostituição noturna, sofre com roubos desde a manhã. “Não existe hora para agir, e são sempre os mesmos. Roubam mochilas, cordões e máquinas de gringos. Só ontem vi dois agindo de bicicleta”, relatou o Diego Melo, de 20 anos, funcionário de uma banca de jornal.
Os trabalhadores de quiosques próximos ao Copacabana Palace são testemunhas de assaltos frequentes, entre outros crimes. “Os engraxates jogam mostarda no sapato dos turistas, começam a limpar de forma intimidadora e, depois, cobram até R$ 100 por cada pé. Com medo, eles pagam”, contou um gerente, que não quis se identificar.
Perto da Praça do Lido, outro golpe. “O menor pede dinheiro, identifica a vítima e depois o maior vai roubar a mesma pessoa na areia”, contou o quiosqueiro Rafael Ferreira.
Novo comandante considera a região um desafio
Comandante do 19º Batalhão de Polícia Militar desde o início do Carnaval, o coronel Murilo Angelloti reconhece que o policiamento deve ser intensificado na região abordada pela reportagem. “A área precisa de mais atenção. É onde há maior número de roubos e furtos. Acontece pela concentração de turistas e é onde chegam linhas de ônibus de criminosos que vêm de comunidades”, afirmou.
Segundo ele, controlar os índices criminais da área é um dos objetivos de seu comando. “Nossos homens estão sendo orientados a ser mais atentos. Semana passada começamos a intensificar o patrulhamento”, diz.
Vítimas, estrangeiros lamentam a violência
Na primeira viagem ao Rio, o advogado Carlos Okimoto, de 24 anos, e sua esposa, a esteticista Driele Passarates, 27, dizem ter ficado com medo nas proximidades do hotel onde estão hospedados, no Posto 3. “Saímos à noite para procurar restaurante e percebemos que um grupo estava nos seguindo. Entramos dentro de uma loja para despistar. A cidade é linda, mas realmente aqui é uma área crítica”, lamentou Carlos ao DIA.

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