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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Pezão se diz 'triste' mesmo após pedido de arquivamento de inquérito


Governador do RJ lamenta que pai não tenha visto desfecho da denúncia.  Delator da Lava-Jato disse que ele, Cabral e mais um receberam R$ 30 mil.





O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, se disse "triste" nesta sexta-feira (11) mesmo após o pedido de arquivamento do inquérito da Polícia Federal que o cita, além do ex-governador Sérgio Cabral e um ex-secretário do Estado nas investigações da Operação Lava-Jato. Pezão lamentou que o pai, morto em agosto, não tenha visto o desfecho da denúncia. Para ser encerrado, no entanto, o inquérito ainda precisa passar pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Segundo o ex-diretor da Petrobras e delator na operação, Paulo Roberto Costa, o trio teria recebidoR$ 30 milhões em caixa dois na campanha de 2010.
"É um processo doído, só quem sofre sabe o que passa. Fico mais triste por ter perdido meu pai e ele não ter visto esta reparação", disse. O governador disse ainda que confia na Justiça e atribuiu a fala do delator a interesses políticos.
"Desde quando falaram que estávamos nessa operação eu falei que era uma denúncia eleitoral. O senhor Paulo Roberto Costa era tesoureiro da campanha de Lindbergh Farias. A denúncia foi explorada em agosto de 2014 por jornalistas aproveitadores, uma imprensa marrom, que divulgou que estávamos nessa operação no processo eleitoral. A Justiça aparece", afirmou.
A declaração de Pezão foi feita durante o cerimônia das obras do Conjunto Habitacional Pedregulho, o Prefeito Mendes de Moraes, em São Cristóvão. Segundo o governo do estado, foram investidos R$ 46 milhões na recuperação do condomínio onde moram mais de 1,5 mil pessoas.
Polícia justifica pedido
A PF informou que "não há provas se havia presença de um assessor de Sérgio Cabral na reunião e, mais, se o assessor presente seria Wilson Carlos Cordeiro Carvalho da Silva ou o Regis Fichtner".
Ainda de acordo com o pedido, há, nos autos, provas de doações oficiais de empresas contratantes da Petrobras no Comperj. Alusa ($ 500 mil), Odebrecht (R$ 200 mil), UTC (R$ 1 milhão) e OAS (R$ 400 mil) para o comitê financeiro do PMDB-RJ.
Além de doação oficial de R$ 1 milhão da OAS para a chapa Sérgio Cabral. Mas, segundo a PF, não há outra prova que comprove o vínculo entre essas doações e algum "ato de ofício", ou seja, a manutenção ilícita de obras das empresas na Petrobras.
Pedido de arquivamento
A Polícia Federal encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) documento que pede o arquivamentos das investigações sobre o suposto envolvimento do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e do ex-governador do estado Sérgio Cabral, ambos do PMDB, em esquema de corrupção na Petrobras.
Os dois foram apontados como beneficiários no esquema na estatal investigado pela Operação Lava Jato, mas negam participação. Em junho, a pedido da PF o STJ havia autorizado a quebra de sigilo telefônico dos peemedebistas.
O ministro Luiz Felipe Salomão, relator da Lava Jato no STJ, enviou o relatório da Polícia Federal para a Procuradoria Geral da República (PGR) dar um parecer. A Procuradoria pode concordar com a PF e solicitar o arquivamento, ou discordar e pedir novas diligências e o prosseguimento do inquérito. Só depois do parecer da PGR que o relator deverá se arquiva ou não o inquérito.
Indícios
No pedido de investigação de Pezão e Cabral feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também foi solicitada a investigação do governador do Acre, Tião Viana (PT). Janot informou ter encontrado indícios de crimes atribuídos a eles nas apurações já realizadas.
Julgamento
O STJ é o foro competente para julgar, por crimes comuns, governadores de estado, desembargadores de tribunais estaduais e federais, além de membros de tribunais de contas dos estados – no Supremo Tribunal Federal (STF) são julgados ministros, deputados e senadores.

Os governadores, no entanto, são julgados no STJ pela Corte Especial, composta por 15 ministros. Os demais vão para a 5ª Turma, colegiado menor, formado por cinco magistrados.




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