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terça-feira, 31 de março de 2015

Vergonha na Igreja católica:Padre nu reprimia fieis em Miracema -RJ

Pároco Alfredo Rosa, que compartilhou foto no WhatsApp, condenava beijo de língua e relações sexuais


Houve uma crise de identidade entre os católicos. Não se fala em outra coisa', diz moradora



CAIO BARbosa- O Dia


Rio - Adepto da libertinagem e do pecado, o Padre Alfredo Rosa Borges, da cidade de Miracema, no Norte Fluminense, dentro da Igreja pregava sermões bem diferentes daquilo que praticava depois que a missa acabava — como por exemplo, compartilhas fotos nuas pelo Whats App com uma amante.
No blog ‘Catequizando com Jesus’, o pároco destilava um conservadorismo de envergonhar o Papa Francisco, que tem surpreendido o mundo com discursos progressistas no Vaticano.
“Quem vê a sexualidade e o próprio sexo como prazer, normalmente desvia-se e passa a viver de um modo desequilibrado”, escreveu Padre Alfredo num texto intitulado ‘A Sexualidade Humana’, presente no blog.
Libertino por um lado, careta por outro, Padre Alfredo Rosa Borges repreendia todo e qualquer tipo de afeto entre homens e mulheres.
O beijo na boca, por exemplo, deveria obedecer certas regras de conduta para que os casais não se tornassem pecadores: “Deve ser rápido, suave, carinhoso, em testemunho de afeto, sem escândalo para ninguém e sem provocar excitação.”
Ainda de acordo com os sermões de Padre Alfredo Rosa Borges, o “beijo de língua” é pecado grave por ser “sempre malicioso” e “trazer consigo má intenção”.
Se beijar já era pecado, o que dizer das relações sexuais? Segundo o pároco, o sexo é “um mal moral”. Ele explica o porquê: “É uma desordem moral grave, porque o elemento procriativo normalmente é deixado de lado, abandonado.”
Em relação à masturbação (cujas fotos compartilhava em sigilo), mais sermões: “Sempre foi ensinado pela Igreja que se trata de gravíssimo pecado contra a castidade. Não importa o que o Padre A ou B disse, é grave ofensa a Deus pelo motivo de se buscar tão só e unicamente o prazer genital”, pregava o padre pecador.
Alfredo Rosa Borges foi procurado pelo DIA para comentar o caso durante toda a segunda-feira, mas não foi encontrado.
Pároco foi afastado da Igreja e pode vir a ser excomungado
O caso do Padre Alfredo Rosa veio à tona em Miracema no último dia 21, e virou um escândalo. Com 26.843 habitantes, o município simplesmente parou e, desde então, esse é o assunto mais comentado na cidade. O padre foi afastado de suas funções pelo Bispado de Campos e seu caso está sendo avaliado. Há chances de ele ser excomungado.
Líder religioso conhecido, Padre Alfredo também era bem querido na cidade por ser filho de uma moradora nascida em Miracema. Segundo populares, a mãe do antigo pároco da igreja local está muito abalada com o caso.
“Ele era bem aceito na comunidade. Até porque é de família de lá. Agora a mãe dele está entrando em depressão”, contou a moradora.
Segundo fiéis que frequentavam a Igreja Matriz Santo Antônio de Miracema, quando as fotos começaram a ser compartilhadas, o padre foi questionado, negou o fato e disse se tratar de uma montagem.
No entanto, dias depois, teria se mostrado resignado e disse: “Todas as pessoas são pecadoras”. Antes de ser expulso da Ordem, o padre chegou a ser transferido para o município vizinho de Natividade. Mas o caso foi ganhando ainda mais repercussão.
“Houve uma crise de identidade entre os religiosos da região. Ele não é uma pessoa ruim, a gente sabe disso. Teve essa falha porque é humano, mas, por ter posição de liderança, afetou toda a comunidade católica toda”, contou.
Um outro morador, que também não quis se identificar com medo de ficar “‘mal falado na praça”, confirmou a informação: “Havia aqueles que colocavam ele acima do bem e do mal. Outros que não se deram conta que ele é passível de erros, porque foi um choque emocional tão grande, que não conseguiram ver. A questão é que ele exercia uma posição e hierarquia, era um representante da Igreja”, disse o morador.




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