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sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Tráfico de drogas expulsa moradores no RJ!

RIO — Cerca de 70 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Tabajaras/Cabritos e da 12ª DP (Copacabana) fizeram, nesta quarta-feira, uma operação para prender traficantes no Rio. Dos 14 mandados de prisão, expedidos pela Justiça, apenas um foi cumpridos na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana. No início da tarde, um suspeito que havia fugido da comunidade foi preso em Vila Isabel, na Zona Norte. Três dos acusados, incluindo o chefe da quadrilha, Ronaldo Pinto Lima da Silva, de 42 anos, já estavam detidos no Complexo de Gericinó. Outras nove pessoas que teriam fugido da comunidade durante a madrugada estão sendo procuradas em bairros da Zona Norte.
Os únicos presos nesta quarta-feira foram Daniel Cabral da Silva, conhecido como MR, de 22 anos, encontrado pela manhã na Ladeira dos Tabajaras; e Sérgio Francisco do Nascimento, conhecido como Catraca, detido na empresa PAX, em Vila Isabel. De acordo com a polícia, Catraca é apontado como gerente da quadrilha. Já Daniel era soldado do tráfico e apontado como um dos participantes do ataque a tiros à UPP Tabajaras/Cabritos, no dia 18 de outubro do ano passado, quando tiveram início as investigações, comandadas pela 12ª DP.

Ronaldo, conhecido como R9, está preso desde 2010, quando a comunidade de Copacabana recebeu uma UPP, mas as investigações apontam que, mesmo da cadeia, ele dava ordens para cúmplices. Além de R9, estão em Gericinó: Nathan Belchimol, de 23 anos, que praticava roubos em residências na Zona Sul, preso por policiais da UPP há cerca de um mês; e Irapuan da Silva Santos, de 26 anos, também detidos por PMs.
— Demos azar. Ontem (terça-feira) teve uma troca de tiros e um PM da UPP foi baleado. Com o policiamento reforçado, os bandidos desconfiaram de que haveria uma ação da polícia e fugiram — disse a delegada assistente da 12ª DP, Pollyana Paixão Henriques.



TRÁFICO DE FORMIGUINHA



Num trabalho conjunto com a UPP do local, investigadores descobriram que criminosos com até 36 anotações na ficha de antecedentes criminais tinham intensificado uma modalidade conhecida como tráfico de formiguinha. Os bandidos davam várias viagens até o asfalto para vender a droga, mas sempre com pouca quantidade nos bolsos, ou seja, quando eram detidos, eram tratados como usuários. À noite, muitos deles, montavam guarda no morro com armas pesadas, como fuzis.

Segundo a titular da 12ª DP (Copacabana), Izabela Santoni, graças às investigações foi possível prender traficantes que estavam com pequenas quantidades de drogas. Além de traficarem de forma pulverizada, os bandidos também usam menores de idade na venda de entorpecentes e, para despistar a Polícia, se fazem passar por trabalhadores para estar em locais estratégicos controlando a movimentação na comunidade. Os trabalhos de fachada são em lava-jatos, pontos de mototáxi e no transporte de material de construção.

 Os moradores que tentam colaborar com a polícia são expulsos da favela. Uma dona de casa contou que os traficantes ordenaram que ela saísse de casa no início da semana, só com a roupa do corpo, caso contrário a matariam. Segundo a mulher ameaçada, a vida dela parou. Como trabalhava de vendedora, ela também abandonou o emprego, pois os bandidos sabiam que ficava em Copacabana.

— Tentei alugar a minha casa, mas eles também proibiram as pessoas de ficarem com ela. Não sei mais o que fazer. Por isso busquei ajuda na delegacia. Só eles podem me ajudar — disse a moradora, que teme represália por parte dos traficantes. — Tudo o que eu quero é voltar para a minha casa e viver em paz.





— É notório que eles usam arma de fogo e estão associados para prática de reiterada do tráfico de drogas e outros delitos, assim como para promover lutas por território, coagir moradores e exercer resistência ao processo de pacificação da comunidade — afirmou a delegada Izabela Santoni.
A delegada assistente Pollyana Henriques disse que a integração com os policiais militares foi importante para o mapeamento da favelas e a identificação dos criminosos:
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— As 12ª DP instaurou inquérito policial, diante dos últimos fatos ocorridos na comunidade Tabajaras para apurar associação ao tráfico, porte de armas de fogo e formação de quadrilha. Todos os autores têm uma vasta folha de anotações por associação ao trafico, tráfico de drogas dentre outros delitos. Eles vêm resistindo ao processo de pacificação nas comunidades, mediante ao uso de armas de fogo e impondo aos moradores que aceitem que o tráfico permaneça, coagindo e expulsando aqueles que venham levar o fato ao conhecimento do estado.



TROCA DE TIROS NA VÉSPERA
Na noite de terça-feira, um policial da UPP Tabajaras/Cabritos foi ferido na panturrilha por estilhaços de bala durante um patrulhamento a pé na Ladeira dos Tabajaras. De acordo com policiais da UPP, suspeitos dispararam contra o PM durante uma ronda de rotina. Ele foi encaminhado para o Hospital Central da Polícia Militar, medicado e liberado.


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