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segunda-feira, 23 de junho de 2014

Deputado Paulo Melo não descarta ter sido vítima de atentado


Sítio do presidente da Alerj é invadido por criminosos, que ferem dois seguranças a tiros











 "Fui surpreendido”, relembrou Melo ontem à tarde, ainda sob efeito de sedativos após a segunda cirurgia no pé, no Hospital Copa D’Or. “Não vou dar palpite porque não sei o que aconteceu”, complementou o deputado, com o quadro de saúde estável.
A primeira operação, de emergência, foi realizada no Hospital Darcy Vargas, em Rio Bonito, onde os dois seguranças também foram atendidos. Os sargentos Marcelo Ferreira Neves e Edgar Antunes Leite — lotados na Alerj — levaram um tiro na perna e nas nádegas, respectivamente, e foram transferidos para o Hospital da PM, no Estácio. Eles estão em observação e passam bem.
O deputado foi transferido para o Rio de helicóptero e recebido na cidade pelo governador Luiz Fernando Pezão e pelo ex, Sérgio Cabral, no heliponto da Lagoa. Ele precisou passar por nova intervenção cirúrgica no Rio.
Rio - Horas após ter o seu sítio invadido por criminosos, em Rio Bonito, na Região Metropolitana, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), deputado Paulo Melo (PMDB), afirmou não saber se o ocorrido foi um assalto ou atentado.
Ele sofreu fratura exposta no pé ao tentar escapar de tiros disparados pelos criminosos, sábado à noite. Dois PMs que fazem sua segurança foram baleados. A polícia não descartou nenhuma hipótese para o crime, já que o parlamentar diz ter sido ameaçado há quatro anos.

Na madrugada de ontem, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram buscas na região do sítio para achar os criminosos, com apoio de helicóptero. A perícia foi feita no imóvel na mesma noite, e a segurança do local, reforçada durante todo o dia pela Polícia Civil, que evitou a aproximação da população do imóvel. Policiais de diversas delegacias da região foram apoiar às investigações da 119ª DP (Rio Bonito).
O sítio fica em um local ermo, no distrito de Lavras, mas tem câmeras de vigilância que podem ser úteis na investigação. As imagens foram requisitadas. Ainda ontem, a polícia ouviu três funcionários de um imóvel vizinho e os policiais acionados para a ocorrência. As vítimas ainda não prestaram depoimento. É o segundo crime de repercussão ocorrido no local, onde, em 2007, o ex-milionário da Mega Sena René Senna foi executado a tiros.
A invasão ocorreu por volta das 23h30. Paulo Melo tinha acabado de disputar uma partida de futebol com amigos no próprio sítio. Quando ele ouviu os tiros, teria corrido para fugir dos disparos. Os seguranças foram atingidos e as marcas de sangue ficaram espalhadas dentro da casa.


  Mulher relata a momentos de tensão














No Hospital Darcy Vargas, ontem de madrugada, Franciane Mota, mulher do deputado e prefeita reeleita de Saquarema, disse que o marido tinha participado de uma partida de futebol com amigos no sítio antes do crime. Abatida, ela contou que o casal jantava, após todos terem ido embora, por volta das 23h30, quando escutou estampidos vindos da varanda.
“Escutamos barulho e pensamos que fossem fogos, morteiros, quando percebemos que, na verdade, se tratava de um tiroteio. Tentamos nos esconder dentro de casa e na correria o Paulo acabou sofrendo uma queda e fraturou o dedo do pé”, contou a prefeita.
Ela afirmou que o deputado não foi vítima de qualquer ameaça no últimos tempos. Franciane preferiu não cogitar sobre a motivação da ação no sítio. Além do casal de políticos, estavam na casa alguns empregados e os dois seguranças baleados.
Em 2010, Melo disse ter recebido denúncia que seria assassinado
No dia 29 de junho de 2010, Paulo Melo afirmou, no plenário da Alerj, que tinha recebido a denúncia de que seria assassinado até 20 de julho daquele ano. Na época, o parlamentar disse que a informação foi transmitida por pessoa de sua extrema confiança que circulava no meio policial.
De acordo com a fonte, quatro pessoas teriam sido contratadas para praticar o atentado na Estrada Latino Melo, em Saquarema. A fonte informou, ainda, que a quadrilha atuava no bairro de Campo Grande, no Rio. Paulo Melo acreditava que o crime teria motivação política.
Ontem, deputados da Alerj criticaram a segurança pública no estado. Carlos Minc (PT) disse que ficou ‘consternado’ com a notícia que, segundo ele, mostra o quanto a polícia deve melhorar. “Se um deputado passa por essa situação, imagina como um cidadão comum é exposto a isso. Temos que aumentar a capacidade de investigação e punição da polícia”.
Já Dionísio Lins (PP), que é membro da comissão de Segurança Pública da Alerj, declarou que não ficou espantado com o crime contra Paulo Melo. “Onde moro, por exemplo, em Madureira, o policiamento é quase zero. Tem assalto todos os dias, os bandidos andam armados com fuzis”

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