Ceasa-RJ tem reforço de 12 engenheiros agrônomos para atuar na ponta pelo Programa de Residência

Governo do Estado dá mais um passo para o fortalecimento da 

agricultura familiar

O Governo do Estado abre mais uma frente de assistência para produtores rurais. É a contratação de 12 engenheiros agrônomos para atuarem na ponta em programas desenvolvidos nas seis unidades que a Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa-RJ) mantém no estado, duas na Região Metropolitana e quatro no interior. Apresentados nesta terça-feira, dia 3, em cerimônia na Unidade Grande Rio, em Irajá, Zona Oeste do Rio, os novos engenheiros já iniciam os trabalhos no próximo dia 16.

A novidade faz parte do Programa de Residência, resultado de convênio entre a Ceasa-RJ e a Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica (Fapur), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O grupo receberá certificado ao fim do projeto, a princípio, com duração de um ano, mas podendo ser renovado pelo mesmo período.

Os residentes serão acompanhados por professores da Rural, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e técnicos da Ceasa, uma das vinculadas à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca (Sedrap). Um deles é Gilmar Resende da Silveira, 27 anos. Mineiro de São Miguel do Anta, Gilmar é filho de produtores rurais e comemora a oportunidade.

- Meus pais são produtores, o que me despertou o interesse de me aprofundar tecnicamente na área. Por isso vim para o Rio estudar, e agora tenho a oportunidade de viver essa experiência na Ceasa, um espaço rico pela diversidade da agricultura. Estou muito entusiasmado com essa chance.

Presente à cerimônia, o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, José Bonifácio Novelino, explicou que a iniciativa faz parte do cronograma de atividades da empresa. "É uma oportunidade única que esses jovens profissionais estão tendo de ingressarem efetivamente no mercado de trabalho", afirmou o secretário.

Chefe da Divisão Técnica de Fomento à Agricultura Familiar da Ceasa-RJ, o engenheiro agrônomo Marden Marques relembrou sua experiência como residente anos atrás na própria Ceasa, e falou sobre o programa. "Posso afirmar que aqui é a melhor escola para nós, engenheiros agrônomos. Fui residente, e parte do que sou profissionalmente devo à essa experiência. E o melhor é que hoje o foco é ainda mais aberto. Esse projeto nasce para auxiliar o produtor no momento da comercialização, pois eles produzem, mas esbarram em deficiências na hora de vender os seus produtos", alertou Marden.

As 12 vagas têm ênfase em fitotecnia (extensão em economia rural) e visam promover o aprimoramento de conhecimentos, habilidades e atitudes indispensáveis ao exercício da profissão por meio de intensivo treinamento profissional em serviço. Antes de inciarem as atividades, os residentes terão uma semana de capacitação com palestras e seminários, seguida da divisão dos profissionais para as unidades.

Região Metropolitana - Na Unidade Grande Rio, em Irajá, os residentes irão auxiliar em atividades de pesquisa do Setor de Índice de Preços e Estatística de Comercialização (Seinp) e na implantação do Mercado do Produtor Orgânico no Pavilhão 30. Eles atuarão ainda no acompanhamento de agricultores familiares que comercializam em Irajá e em São Gonçalo, promovendo orientações sobre embalagens e resíduos de agrotóxicos. 

No interior - Nas unidades do interior (Nova Friburgo, São José de Ubá, Itaocara e Paty do Alferes), o trabalho será voltado para o cultivo de produtos e combate ao uso de agrotóxicos nas plantações. Eles também prestarão auxílio no que se refere à sazonalidade, classificação e embalagens dos alimentos e operacionalização do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que consiste na compra da produção da agricultura familiar a ser doada a instituições sociais cadastradas no Banco de Alimentos.

Banco de Alimentos - Lançado em 2011, o Banco de Alimentos já assiste 30 mil pessoas de mais de 200 instituições em todo o estado. Iniciado na Unidade Grande Rio, o programa chegou este ano as outras cinco unidades da Ceasa, com os engenheiros atuando em todas elas, intensificando o melhoramento da análise de qualidade dos produtos doados, em especial, em relação ao processo de embalagem e armazenamento.

Reaproveitamento alimentar - Os residentes vão também contribuir com orientações para o destino correto dos resíduos gerados pelo programa e que são destinados a projetos de reaproveitamento alimentar desenvolvidos pela Ceasa-RJ. Um deles é o Compostagem e Biofermentador, projeto piloto que utiliza resíduos para a geração de energia através do gás combustível metano, que pode ser envasado ou transformado em energia elétrica.