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domingo, 18 de maio de 2014

Candidatos ao governo assediam prefeitos


PMDB aposta na infidelidade municipal para arregimentar aliados em torno de Pezão

AURÉLIO GIMENEZ
Rio - Mais do que alianças partidárias garantindo um maior tempo de exposição durante o horário eleitoral gratuito na televisão, o PMDB aposta num verdadeiro exército, formado por prefeitos de diversas matizes, vereadores e candidatos à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa para levar o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, à vitória na corrida ao Palácio Guanabara




Nas contas dos peemedebistas, o número de prefeituras que apoiam o candidato da situação varia de 75 a 80 municípios. Isso deixaria menos de 20 cidades para os demais partidos que deverão entrar na disputa pelo governo: o PRB, do senador Marcello Crivella; o PR, do ex-governador e deputado Anthony Garotinho; o PT, do senador Lindbergh Farias; e o DEM, do ex-prefeito Cesar Maia. Esses candidatos aparecem no ranking da pesquisa de intenção de voto do Instituto Gerp, divulgada pelo DIA há três semanas.
“Estudos comprovam que apenas 15% dos eleitores assistem ao horário eleitoral na TV. Destes, 10% já têm suas predileções e veem o programa para acompanhar seus candidatos. Já estes, tentam atingir apenas 5% do público. Ou seja, o apoio real dos prefeitos, independente de partidos, é muito importante. A campanha de rua é que vai confirmar o que é demonstrado na televisão”, explica Geraldo Tadeu Monteiro, diretor do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj).
MATEMÁTICA NÃO FECHA
O mapa político virtual dos pré-candidatos extrapola a geografia dos 92 municípios que compõem o Estado do Rio. Só os coordenadores da campanha peemedebista contabilizam 80 palanques pró-Pezão e o PT cita as 11 prefeituras conquistadas na eleição de 2012. Isso sem contar os municípios comandados pelo PC do B e o PV, que formalizaram aliança com a pré-candidatura petista. Ainda há as cidades comandadas pelo PR e o PSB, entre outros partidos. Ou seja, na contabilidade política o número de municípios fluminenses ultrapassaria tranquilamente a marca de cem cidades. De qualquer forma, a matemática eleitoral na conta de cada candidato não fecha.
“A maior parte dos prefeitos está mal avaliando a eleição deste ano, que está sendo marcada pela insatisfação do povo com os governantes. As pessoas querem mudanças. Acredito mais na ação direta com a população, do que na intermediação dos prefeitos para conseguir votos do eleitor”, desdenha Lindbergh Farias.
Pezão diz ter apoio de 80 prefeituras

O prefeito de Três Rios, no Centro-Sul Fluminense, Vinícius Farah, assegura, que independente da sigla partidária, 80 prefeitos já declararam apoio incondicional a Pezão. “Está claro que há uma dívida de gratidão desses governantes por tudo que o (Sérgio) Cabral e o Pezão fizeram pelos municípios nestes sete anos de governo. Mesmo sendo de partidos de oposição, eles não se sentem confortáveis em apoiar outro candidato”, afirma o prefeito, um dos coordenadores do PMDB.
Além dos prefeitos e vereadores de cada cidade, Farah destaca ainda que a aliança de 15 partidos em torno do governador terá cerca de 1.500 candidatos a deputado federal e estadual, falando diretamente com o eleitor e pedindo voto para si e para o cabeça de chapa. “Ou seja, além do maior tempo de TV, teremos um exército nas ruas. Um complementa o outro”, destaca.
Professor do departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, Ricardo Ismael aponta que a coligação partidária é o eixo que adensa a campanha de um candidato. Segundo ele, as alianças políticas são importante por garantirem o tempo de TV, como comunicação de massa, aliado ao trabalho dos prefeitos. Porém, para o cientista político, o quadro político regional ainda está um pouco confuso já que alguns partidos, como o PDT e o PROS, ainda negociam seus apoios e os rumos que vão adotar.
Pesquisas deverão atrair aliados

Para Ricardo Ismael, do departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, como o governador Luiz Fernando Pezão ainda é desconhecido para o grande público, não é possível dizer se é um candidato competitivo ou não. Mas, segundo o cientista político, a máquina partidária do PMDB, pode fazer a diferença, “assim como o próprio candidato, que vai defender a continuidade do governo Cabral, principalmente no que se refere ao tema segurança pública. Porém, em outras áreas poderá ser mais difícil”.
À frente nas intenções de votos, conforme o Instituto Gerp, o senador Marcelo Crivella (PRB) diz acreditar que o quadro de apoios ficará melhor definido a partir do próximo mês. Segundo ele, os candidatos que estiverem melhor posicionados nos levantamentos junto ao eleitorado terão condições de atrair novas legendas.
Com o PRB comandando quatro prefeituras no interior, o senador Crivella conta que está conversando, em Brasília, com representantes de partidos que ainda não fecharam suas chapas majoritárias, como o PSB, PROS, PEN e PTB.
“Estamos a cinco meses das eleições. As pesquisas ainda não chegaram ao grande público, mas a militância já começa a se envolver. Com a definição das candidaturas, ainda é possível atrair novos apoios com os partidos que não definiram seus candidatos”, aposta Crivella.



EXÉRCITO
Presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Paulo Melo (PMDB), diz que não brincou quando cunhou a frase “só em filme de kung-fu que seis ganham de 100”. Segundo ele, a aliança de 15 partidos cria um exército forte, atraindo prefeitos até mesmo do PT e do PR para o lado de Pezão.
PESQUISA
De acordo com os caciques do partido, o nome do atual governador já aparecerá entre as primeiras posições nas próximas pesquisa de intenção de voto. “Já há um empate técnico”, diz uma fonte peemedebista.
CARAVANA
Com apenas dois partidos coligados até agora,o PV e o PC do B, o senador Lindbergh Farias, pré-candidato do PT, promove aos finais de semana a caravana da cidadania percorrendo os municípios para discutir temas regionais e posicionar seu nome entre os eleitores.
NA MESMA LISTA
Cidades como Niterói, Angra dos Reis, Paracambi e São Pedro d’Aldeia, comandadas por prefeitos do PT; Macaé, do PV; Miracema e Araruama, dirigidas pelo PR do pré-candidato Anthony Garotinho, entre outros municípios, aparecem simultaneamente na lista de apoios do PMDB e dos partidos que venceram as eleições municipais de 2012.
COLÉGIO ELEITORAL
O PMDB está à frente da prefeitura do Rio, maior colégio eleitoral com 4,7 milhões de eleitores. O PR de Garotinho controla São Gonçalo, segundo colégio eleitoral do estado, com 665 mil votantes, além do município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, com 344 mil eleitores.

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