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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Aplaudido de pé e ao som da orquestra do Teatro Municipal, Papa Francisco se encontrou com representantes da sociedade civil brasileira

“Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro”
Na Jornada Mundial da Juventude. No discurso de boas vindas, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, se referiu ao momento atual do Brasil e ao papel que cabe aos jovens neste “novo momento”. Ele expressou sua esperança que a Jornada Mundial da Juventude contribua com este impulso de democracia participativa.
 
“Um ponto deve unir todos: uma busca obstinada em valorizar o ser humano, em particular aqueles mais fragilizados. Precisamos e devemos afirmar o sonho da justiça, da paz e da reconciliação de todos”.
 Walmyr Goncalves da Silva Júnior, membro da pastoral jovem, falou em nome da sociedade civil. O jovem de 28 anos, morador de uma comunidade, disse “eu também sou sociedade civil”, apesar de ter tido todas as possibilidades de ser mais uma vítima da violência e das drogas. Graças ao trabalho da Igreja, hoje é professor universitário. Em um emocionante discurso, falou da força do amor: “amar e ser amado é, para mim, o sentido da vida em sociedade”.
Em seu discurso, Papa Francisco pediu aos presentes “responsabilidade solidária para construir o futuro, o diálogo construtivo para encarar o presente. Fazer que a humanização integral e a cultura do encontro e do relacionamento cresçam é o modo cristão de promover o bem comum, a felicidade de viver. E aqui convergem a fé e a razão, a dimensão religiosa com diversos aspectos da cultura humana: arte, ciência, trabalho, literatura. O cristianismo une transcendência e encarnação; sempre revitaliza o pensamento e a vida, frente a desilusão e o desencanto que invadem os corações e saltam para a rua".
O Papa chamou a atenção para atitudes fundamentais: “o futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”, assegurou. “Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária”.
Papa Francisco citou o diálogo como a opção possível para evitar a indiferença e a violência “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo”
“É impossível imaginar um futuro para a sociedade, sem uma vigorosa contribuição das energias morais numa democracia que evite o risco de ficar fechada na pura lógica da representação dos interesses constituídos”.
“O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos”. 
“Hoje, ou se aposta na cultura do encontro, ou todos perdem; percorrer a estrada justa torna o caminho fecundo e seguro”. No final, um grupo de crianças sentou-se ao redor do Papa enquanto se ouvia o hino “Ubi Caritas”.

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