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terça-feira, 18 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES PELO MUNDO

Brasileiros residentes no exterior também aderem às manifestações



Protestos estão sendo organizados pelo Facebook e começaram a acontecer domingo (16) em Berlim, Dublin e Montreal, e estão programados durante toda essa semana até domingo (23).


Brasileiros residentes em pelo menos 29 cidades pelo mundo, espalhados pela Europa, América Latina e América do Norte se solidarizaram com os protestos que acontecem no Brasil e planejam realizar manifestações semelhantes nas cidades em que residem. Com o mote "Democracia não tem Fronteiras", os protestos estão sendo organizados pelo Facebook e começaram a acontecer domingo passado (16/06) em Berlim, Dublin e Montreal, e estão programados durante toda essa semana até o próximo domingo (23/06). A maioria das manifestações – em 17 cidades – está programada para hoje (terça-feira), por volta das 17h.

"Esse é um movimento horizontal e plural que surgiu nas redes sociais com a intenção de promover atos e manifestações pacíficas e independentes em todo mundo, sobretudo, para tornar de conhecimento lutas sociais em território brasileiro como as que temos acompanhado nas últimas semanas. Nossa mobilização ocorrerá amanhã as 17h na principal praça da cidade (Plaza Catalunya), no mesmo local que ocorreram diversas manifestações ligadas ao 15M na Espanha. Queremos fazer parte dessa mudança, queremos mostrar para todos, o sentimento de um Brasil mais digno e igualitário. Apoiamos e estamos na luta com os brasileiros, estamos nas ruas, no Brasil e no mundo", conta Catarina Santos, natural de Natal (RN) e que mora Barcelona (Espanha) há mais de um ano.
Londres, na Inglaterra, é a cidade que possui o maior número de participantes confirmados para o protesto desta tarde, são 5.056 pessoas. "Eu venho acompanhando os protestos desde abril, quando eles estouraram em Porto Alegre devido ao aumento das passagens. Nós também repudiamos o aumento abusivo das passagens, a truculência e falta de preparo dos policias que atuaram nas ruas durante os atos. Estamos organizando um ato amanhã, as 17 da tarde em uma praça e esperamos cerca de 2.000 pessoas. Muitas vezes eu mesmo me senti calado enquanto ouvia os relatos, mas hoje eu me sinto ajudando todos eles e, principalmente, a mim mesmo", disse um dos organizadores brasileiros em Londres, o estudante Maurício Azevedo, 20.
Natural do Rio de janeiro, o também estudante Pedro Aurélio Rocha, 22, que mora em Turim, na Itália, e está a frente da organização do protesto na cidade, diz que vem acompanhando as notícias pela internet, em blogs e redes sociais. "Não é o fato de estarmos longe que nos impede de participar do cenário político brasileiro. Os sentimentos se misturam entre o desejo de lutar e apoiar as manifestações, e também a felicidade por ver o povo, que adquire cada vez mais consciência política, se erguendo na luta pelos seus direitos", conta.
Já na Alemanha a situação é diferente. "Sou natural de Goiás, mas cresci em Belo Horizonte e moro em Hamburgo (Alemanha) há mais de três anos. Aqui na Alemanha quase não temos tido notícia sobre os protestos. Aqui, ninguém está ciente da situação no Brasil. O Der Spiegel reportou semana passada que 'as bagunças são por 0,07 centavos de euro'. Vários jornais reportaram, de forma bem pequena, que houveram protestos contra a os gastos da Copa. Quase nada se ouve por aqui, infelizmente. Por isso, resolvemos nos mobilizar para mostrar o nosso apoio aos protestantes, e para tentar espalhar a notícia do que está acontecendo para a mídia internacional", conta a estudante Lis Cunha, 22.
A estudante mineira de Bom Despacho, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, Hérica Araújo, mora em Coimbra (Portugal), afirma que a distância geográfica do país de origem não será suficiente para impedir as manifestações. Na cidade o evento da manifestação no Facebook já conta com 1.394 pessoas confirmadas. "Como estamos fora do Brasil, consideramos importante dar visibilidade ao movimento em proporções mundiais, pois os absurdos praticados pelo governo brasileiro, principalmente financeiros, em prol da Copa, não podem deixar de serem expostos para o mundo. Queremos provocar em cada brasileiro o sentimento adormecido do patriotismo, da cidadania, da reflexão e crítica políticas, e o principalmente a consciência de que o governo é do povo e para o povo", disse.
Do outro lado do oceano, em Toronto (Canadá), o estudante Francisco Bráulio, 23, também organiza a manifestação. "A mídia local ainda não deu destaque aos protestos no Brasil, com exceção de alguns comentários durante a transmissão dos jogos da Copa das Confederações.Nós queremos mostrar nosso apoio a todos os brasileiros que saíram às ruas para lutar por nossos direitos. Se pudéssemos, estaríamos lá também, levantando cartazes da rua. Sentimos orgulho de fazer parte de uma nação que vem demonstrando tamanha garra na luta por seus direitos fundamentais, e tristeza por ver as cenas de repressão e truculência policial", conta o estudante que deverá se reunir com outras 200 pessoas em uma praça que fica em frente ao prédio da prefeitura da cidade.



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