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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Massacre de escola dos EUA leva debate sobre armas às redes sociais

Repercussão mostrou maioria a favor de novos limites às armas, diz estudo. Tiroteio em escola matou 20 crianças e 6 adultos; atirador cometeu suicídio. O massacre da escola de Newtown, que deixou um total de 28 mortos na última sexta-feira (14) gerou uma onda sem precedentes de discussões nas mídias sociais sobre o controle de armas nos EUA, com a maioria a favor de novos limites às armas de fogo, mostrou um estudo nesta quinta-feira (20). O Projeto para Excelência no Jornalismo do The Pew Research Center apontou que nos blogs e no Twitter, a política sobre armas representou quase 30% das conversas nas redes social analisadas. O tema superou até mesmo as condolências nos três dias posteriores ao massacre do dia 14 de dezembro que deixou 26 mortos na escola elementar Sandy Hook, incluindo o atirador e sua mãe, disse o relatório. A resposta nas redes sociais é muito diferente do que aconteceu no tiroteio no Arizona, em janeiro de 2011 que matou seis e feriu gravemente a congressista Gabrielle Giffords, disse Pew Espaço nas redes Nos primeiros três dias após o incidente, a discussão da lei sobre armas representou apenas 3% das conversas nas redes sociais, de acordo com o centro de pesquisas. Em fevereiro de 2012, no caso da morte do adolescente Trayvon Martin desarmado na Flórida, a revolta sobre o fato de terem atirado em um suspeito e a questão da raça se sobrepuseram às questões sobre o direito de portar armas. Nos dias que se seguiram ao massacre de Connecticut, comentários defendendo o controle de armas foram muito mais numerosos que os a favor das leis atuais, disse o estudo. No Twitter, 64% pediram o controle versus 21% que defendeu o direito às armas, mostrou o Pew. "A lei de armas é ridícula, nenhum homem, independente de seu histórico, deveria poder entrar em uma loja e comprar um objeto feito para matar," disse um tweet citado no estudo, enquanto outro afirmava, "Não orem, modifiquem suas leis de armas atrasadas." Cerca de 46% dos posts dos blogs, durante este tempo, pediram reformas enquanto 21% se opuseram. Jornais Além disso, na análise, o Pew disse que as páginas de opinião de 11 jornais de diferentes tamanhos se expressaram consideravelmente a favor dos novos controles de armas. No total, 33 dos 51 artigos de opinião e editoriais escritos sobre o tiroteio se focaram na questão das armas e 25 pediram um controle maior, com apenas quatro defendendo os atuais direitos de porte de armas. Um desses pedidos foi o de Nicholas Kristof, do The New York Times que escreveu: "Nós regulamos até armas de brinquedo ao exigir que elas tenham partes laranjas, mas os legisladores não têm a iniciativa de enfrentar a Associação Nacional de Rifles". Laary Pratt, diretor executivo da Gun Owners of America, que escreveu para o USA Today tem uma visão diferente: "Espero que a tragédia de Connecticut seja o ponto de virada depois do qual um coro crescente de americanos irá pedir a eliminação das leis de áreas livres de armas que são, na verdade, áreas seguras para o crime". Massacre O massacre chocou o país e reacendeu o debate sobre armas de fogo na sociedade norte-americana depois de anos de domínio do lobby das armas. Os Estados Unidos sofreram uma epidemia de violência nas últimas três décadas, incluindo 62 tiroteios semelhantes ao de Newtown desde 1982, três dos mais mortais apenas na segunda metade deste ano. Mãe deixou autor do massacre nos EUA sozinho durante dois dias Nacy Lanza passou dois dias em Bretton Woods, a mais de 450 km. Ela costumava tirar 'miniférias', segundo a imprensa dos EUA. Nancy Lanza, a mãe do jovem que matou 26 pessoas em uma escola em Connecticut, nos Estados Unidos, na última sexta-feira (14), o deixou só em casa durante dois dias antes do massacre, informou nesta quarta-feira (19) a imprensa local. Nancy passou dois dias na cidade de Bretton Woods , no estado de New Hampshire, a mais de 450 km de Newtown, em Connecticut, onde ela vivia com seu filho mais novo, Adam, de 20 anos e que teria síndrome de Asperger, segundo a "CNN". A mãe de Adam deu entrada no Omni Mount Washington Resort na terça-feira (11) e deixou o hotel ao meio-dia de quinta (13), segundo o diário "New York Post". "Nancy Lanza costumava tirar miniférias sozinha, segundo seus amigos. Tinha confiança para deixar Adam em casa só, mas não queria que ele cozinhasse, pelo que sempre que saía de viagem lhe deixava a comida preparada", escreve o jornal. Na sexta-feira (14), Adam matou sua mãe em casa e depois se dirigiu de carro até o colégio Sandy Hook, onde, vestido com roupa de combate e armado com duas pistolas e uma espingarda, matou 20 crianças e seis adultos antes de se suicidar. O diário também afirma que o jovem era fã de games violentos, em particular de "Call of Duty", jogo no qual o participante utiliza pistolas, rifles, metralhadores e outras armas para ganhar pontos matando os oponentes. A mãe do jovem era fã de armas e, segundo relataram vários amigos, costumava levar os filhos para praticar tiro. A arma utilizada pelo autor do massacre, uma espingarda semiautomática Bushmaster 223, assim como outras duas pistolas semiautomáticas, uma Glock e uma Sig Sauer que levava com ele durante a matança, estavam registradas no nome de sua mãe. Massacre nos EUA leva indústria de armas a rever investimentos Empresa anunciou que vai vender fabricante de fuzil usado por atirados. Atirador invadiu escola e matou 26 pessoas - 20 delas crianças. Fabricantes de armas dos EUA enfrentam pressões de alguns grandes investidores depois do massacre da semana passada em uma escola primária de Connecticut, quando um atirador invadiu a escola Sandy Hook, em Newtown, e matou 26 pessoas - entre elas 20 crianças. A firma de private equity Cerberus Capital Management anunciou que vai vender a maior fabricante norte-americana de armas de fogo, e importantes fundos de pensões públicos estão revendo seus investimentos nesse setor. A Cerberus anunciou na terça-feira (18) a intenção de se desfazer do Freedom Group, fabricante do rifle Bushmaster, uma variação do fuzil AR-15, a mesma arma usada por um atirador de 20 anos. A decisão da Cerberus foi motivada por preocupações apresentadas por alguns dos seus investidores, inclusive o Sistema de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia, que disse na segunda-feira que iria rever seus investimentos junto à firma. "Está aparente que a tragédia de Sandy Hook foi um divisor de águas que elevou o debate nacional sobre o controle de armas a um nível sem precedentes", disse a Cerberus, que gere uma carteira de mais de US$ 20 bilhões. Fundo de Aposentadoria Comum do Estado de Nova York, que tem US$ 150,1 bilhões sob sua gestão, também decidiu rever seus investimentos em fábricas de armas, disse na terça-feira um porta-voz da Controladoria do Estado de Nova York. Fundos de pensão da prefeitura de Nova York também estão revendo seus investimentos e podem vender quase US$ 18 milhões em ações de quatro empresas que produzem armas e munições, disse um porta-voz na terça-feira. Uma pequena parcela desse total (US$ 17.866) está investida em ações da fabricante brasileira de revólveres Forjas Taurus, cujas ações tiveram queda de 3,8%¨na terça-feira. Outras empresas afetadas também registraram desvalorização em suas ações. Não são só os fundos de pensão que estão questionando seus investimentos na indústria bélica. King Lip, diretor de investimentos da consultoria de gestão de fortunas Baker Avenue Asset Management, de San Francisco, disse ter recebido ligações de clientes querendo confirmar que o escritório não possui nem compra ações de empresas do setor de armas e munições. "Esse (massacre) aconteceu especialmente perto de casa para muita gente. Muitos dos nossos clientes têm filhos ou netos", disse Lip, cuja firma tem uma carteira de cerca de 800 milhões de dólares -- e não possui ações ligadas ao setor de armas.

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