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segunda-feira, 16 de abril de 2012

GAP prende oito pessoas por tentarem fraudar concurso em Campos

Fotos: Mauro de Souza



Nova data será divulgada para a realização das provas
Oito pessoas foram detidas acusadas de tentativa de fraude na noite deste domingo (15/04) em Campos. De acordo com o delegado da 134ª Delegacia de Polícia (Centro), Carlos Vinícius Bastos, os suspeitos estariam envolvidos na divulgação de conteúdos sigilosos do Concurso Público Municipal, cancelado por falhas na organização e aplicação das provas pela instituição contratada, o Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Cepuerj).

“Vamos ouvir todos os envolvidos a partir das informações obtidas pelo Ministério Público. Iremos refazer em uma edição de inquérito. Todos têm chance de ficar preso por divulgar e utilizar conteúdos sigilosos de concurso público”, revelou o delegado, dizendo ainda que se condenados, os suspeitos poderão pegar até quatro anos de prisão.

Depois de uma denúncia anônima de que um homem estaria fraudando as provas do Concurso Público de Campos, agentes do Grupo de Apoio a Promotoria (GAP), após investigação, constataram que Alessandro Canuto da Conceição, já havia passado em vários concursos, porém nunca exerceu suas funções. 

Disfarçados de fiscais os agentes conseguiram interceptar o fraudador, logo após o encerramento de sua prova, no Colégio Estadual Thierrys Cardoso. 

De acordo com um dos agentes do GAP, todos os candidatos estariam concorrendo a vaga de fiscais da Emut. Ainda segundo os agentes, o esquema era feito da seguinte forma: Alessandro, que é natural da cidade de Cambuci, fazia a prova e saía com o gabarito, passando as informações para os outros candidatos por celular, via mensagem de texto.

Os agentes contaram ainda que, para passarem despercebidos, os candidatos entravam nas salas com mais de um telefone celular. O primeiro era entregue aos fiscais e o segundo ficava escondido.

“O Alessandro já passou em vários concursos, dentre eles no de Rio das Ostras, onde exerce a função de Guarda Civil Municipal (GCM). Ele é um homem inteligente e utiliza de seus dotes para fraudar concursos públicos. Segundo o suspeito, cerca de 14 pessoas seriam beneficiadas com esse concurso. Alessandro cobrava cerca de R$ 2.000 aos candidatos, e só recebia o dinheiro após aprovação dos mesmos. As pessoas o procuravam porque sabiam da capacidade intelectual dele”.


A Prefeitura de Campos confirmou que o Concurso Público que teve as provas realizadas neste domingo (15/04), foi cancelado. Depois de muita confusão com atraso na entrega das provas no turno da manhã e à tarde, o órgão anunciou o cancelamento.
A redação do Site Ururau recebeu várias informações de atraso na entrega das provas na Universo e também na Faculdade de Filosofia de Campos (Fafic), inclusive de alunos que estavam com celular dentro das salas, o que é proibido em concursos.
Alguns candidatos chegaram a publicar em sites de relacionamento, através do celular, o atraso na entrega dos exames, estando dentro das salas.
Na Universo Guardas Municipais tiveram que subir no quinto andar da instituição para conter a confusão por falta de lugar nas salas para os candidatos. Na Fafic a reclamação era de que bem mais da hora depois do início dos exames, marcado para 15h, muitas salas ainda não haviam recebido as provas.
Pela manhã todos os candidatos foram liberados após uma hora e 20 minutos do início do concurso. Por causa do atraso eles vieram para as janelas protestar, chegaram a jogar recadinhos em folhas de papel reclamando sobre a desorganização na aplicação dos exames. Ao saírem das salas alguns chegaram a rasgar as provas e o cartão resposta.
A Secretária de Planejamento e Gestão, Ana Lúcia Boybard, juntamente com o Procurador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Leonardo Rocha, fizeram um pronunciamento sobre os problemas que ocasionaram o cancelamento dos exames.
A secretária informou que a Prefeitura de Campos determinou a suspensão do Concurso Público Municipal, em função da identificação de falhas na organização e aplicação das provas pela instituição contratada, o Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Cepuerj).
Ana Lúcia informou também que estão sendo adotadas todas as medidas administrativas cabíveis para aplicar sanções contratuais, em virtude das falhas cometidas no decorrer dos dois turnos de provas aplicadas pelo Cepuerj, impondo a esta instituição a responsabilidade pela promoção do concurso em nova data, a ser anunciada, sem prejuízos aos candidatos inscritos.
“A Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes não possui qualquer ingerência sobre a realização do processo seletivo. Pedimos desculpas aos candidatos que se dirigiram aos locais das provas. Contudo, tais medidas foram necessárias para garantir a integridade do certame e dos próprios candidatos. Estamos apurando os fatos ocorridos em procedimento interno, já iniciado. Qualquer outro pronunciamento, bem como, novo calendário de provas a ser divulgado pelas páginas do Cepuerj e da Prefeitura de Campos, será divulgado em momento oportuno”, informou o Procurador.




NOTA OFICIAL DA PREFEITURA


A Secretária de Planejamento e Gestão, Ana Lúcia Boynard, informa que a Prefeitura de Campos determinou a suspensão do Concurso Público Municipal, em função da identificação de falhas na organização e aplicação das provas pela instituição contratada, o Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (CEPUERJ), neste domingo (15).
A Secretária informa também que estão sendo adotadas todas as medidas administrativas cabíveis para aplicar sanções contratuais, em virtude das falhas cometidas no decorrer dos dois turnos de provas aplicadas pelo CEPUERJ, impondo a esta instituição a responsabilidade pela promoção do concurso em nova data, a ser anunciada o mais breve possível, sem prejuízos aos candidatos inscritos.




CLIMA TENSO NA UNIVERSO


Pela manhã o tumulto foi grande, candidatos começaram a manifestar sua insatisfação indo para as janelas e jogando bilhetes para as equipes de reportagem, posteriormente, os candidatos, que não queriam mais esperar, já que se sentiram em desvantagem, devido ao atraso, que consequentemente lhes daria um tempo menor para fazer as provas.
Os que ficaram nas salas contaram a nossa reportagem, que pessoas que se identificaram com fiscais da Cepuerj, chegaram e disseram que eles podiam deixar o local, pois a prova seria cancelada.


Na parte das tarde após o cancelamento da prova, o diretor da Universo, Aníbal Wagner, disse que era lamentável que a instituição esteja envolvida nesse episódio, já que eles cederam as salas, com o intuito de ajudar e agora toda essa celeuma, o nome da instituição fica manchado. “Estou aqui para garantir a integridade física dos nossos funcionários e a integridade do prédio, não sabemos informar o motivo da demora na entrega das provas e nem o por que do cancelamento”, disse.


O casal Carla Gomes e Carlos Renato tentaram fazer a prova para Agente de fiscalização de Trânsito, na sala 505, mas após o recebimento da prova e do cartão resposta, todos os alunos foram liberados. “É importante falar que não houve confusão nenhuma anterior ao anúncio do cancelamento, as pessoas se revoltaram quando souberam que não faríamos mais a prova”, disse Carla.


RECLAMAÇÕES NA FAFIC E FDC 


Ainda na parte da manhã nossa redação recebeu o telefonema de candidatos, informando vários casos de atrasos e envelopes violados. Foi o caso de Suzane Soares, ela faria a prova na parte da manhã, na sala 201, na Faculdade de Direito de Campos, mas como o pacote com as provas chegou aberto, os candidatos se recusaram a fazer até que um representante da Cepuerj chegasse ao local, mesmo após a chegada do representante, os alunos foram liberados.
Na parte da tarde, candidatas que fariam as provas na Faculdade de Filosofia de Campos, chegaram a enviar mensagens de texto, do celular, dizendo que às 15h35, as provas não haviam sido entregues, sendo que o horário marcado para o início da prova era 15h.




PESSOAS VIERAM DE LONGE FAZER A PROVA


Muitas pessoas vieram de longe prestar o concurso, é o caso de Michelle Delgado Silva, de Brasília, ela conta que teve um custo elevado para vir a Campos exclusivamente fazer a prova. “Eu estou acostumada a fazer concursos e nunca passei por uma situação dessas, percorri 1.300 km, investi, me cansei e agora nada”, reclama a candidata.
Grávida, a professora Tatiana Seabra, 35 anos, que foi pela manhã fazer a prova na Universo, conta que saiu da sala sem saber porque a prova foi cancelada. “Nós recebemos o cartão resposta e a prova e segundos depois o fiscal quis pegar de volta, mas nós não entregamos, saindo de lá, vi que em outros lugares a prova estava sendo realizada normalmente, eu não sei como isso vai ficar, mas nós queremos o direito de fazer o concurso”, disse.

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