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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SEMANA NACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA – 2010

TEMA: AUTOGESTÃO E AUTODEFENSORES: CONQUISTANDO CAMINHOS PARA SER E CONVIVER

Mais uma vez, em agosto, estaremos comemorando a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
“Em 2006, a Organização dos Estados Americanos (OEA) DECLAROUO PERÍODO DE 2006 a 2016 como a Década das Américas pelos Direitos e pela Dignidade das Pessoas com Deficiência (...)”.
Em contrapartida, o movimento apaeano desde a criação de sua primeira Apae no Brasil, em 1954, vem levantando bandeiras com o objetivo de fazer valerem direitos e deveres das pessoas com deficiências.
Nos últimos anos, há uma preocupação grande no que diz respeito ao empowerment ou empoderamento, ou seja, a apropriação pela pessoa com deficiência como o próprio conquistador de seus espaços.
Anteriormente o lema era “Tudo por nós, sem nós”, cujo paradigma era que a pessoa com deficiência não seria capaz de gerir a sua vida, dificultando assim, a independência e a autonomia do mesmo.
Hoje o lema e “Nada por nós sem nós”.
A própria denominação da pessoa com deficiência demonstra o percurso realizado pela sociedade e pelas pessoas envolvidas por essa causa. “Deficiente Mental, Pessoa Portadora de Necessidades Especiais, Pessoas Especiais”, termos que não condizem com o atual paradigma. O qual entende que a pessoa pode possuir uma deficiência específica, mas que isso não a torna incapaz de todas as coisas. E ainda que, com atenção adequada, pode desenvolver a sua autonomia bem como participar efetivamente da vida em sociedade.
“Vi que o tempo trabalha sobre a árvore e ela vira árvore. Eu quero ser árvore” Roberto Gambini.
O desejo de todo ser humano é ser independente e autônomo. Aquele que nasceu sem qualquer tipo de comprometimento alcançará automaticamente esse lugar.
Outros, porém, que nascem ou adquirem déficits ao longo de suas vidas, precisam ser incentivados e auxiliados a buscar o seu próprio espaço.
É chegado o momento de enxergarmos a pessoa com deficiência como um ser pensante, um ser que possui desejos e necessidades. Um ser que possui determinadas limitações, que talvez não atinja o montante de possibilidades que outras pessoas possuem, mas que nem por isso, deixem de desejá-las. Mário Quintana exprime bem esse sentimento no verso: “Se as coisas são inatingíveis. Ora! Não é motivo para ao querê-las... Que triste os caminhos, se não fosse à mágica presença das estrelas!”.
As Apaes em seu movimento tentam mostrar que as pessoas com deficiência intelectual e múltipla têm todo o direito de ser um cidadão cônscio de sua própria vida e capaz de se auto defender, desde que receba o tratamento adequado a seu desenvolvimento.

Ana Lúcia Barros Contino
Psicóloga Apae Pádua
Agosto/2010

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